Crítica: A Busca


O filme do diretor estreante Luciano Moura acaba se tornando interessante e cheio de cenas que sempre remetem à relação entre pai e filho. No momento em que Théo pede ajuda a um senhor rabugento e este lembra-se de sua própria filha que exige créditos no celular, a referência é vaga, mas em seguida é interessante notar que Théo é responsável pelo parto de uma jovem, permitindo-se um companheirismo que, mesmo momentâneo para aqueles que precisam, nos faz entender sua capacidade de estender a mão ao outro e, portanto, ajudar seus familiares, que antes ele pouco compreendia.


A direção de arte do filme ainda merece destaque por criar o ambiente interno da casa dos personagens principais, que parece fria e vazia, sem nunca deixar de se mostrar imponente e sofisticada, deixando claras tanto a situação psicológica da família quanto a condição social. O elemento de ligação entre o início e o final do filme (a piscina) se mostrou interessante justamente para criar respostas da trama com uma única cena.

Todas as falhas do filme, no entanto, diminuem seus efeitos graças ao impacto emocional e, principalmente, a uma das cenas finais, que tem a presunção de colocar Wagner Moura e Lima Duarte frente a frente: só isso já vale o filme todo.
Nota: 04 Claquetes
