Crítica: Heleno

O filme de José Henrique Fonseca (O Homem do Ano) retrata a vida de Heleno desde seu auge como jogador até sua morte. Assim como a maioria das cinebiografias, “Heleno” é narrado através de flashbacks, de maneira que o espectador já conhece, desde a primeira cena, qual o destino final do biografado. A escolha desta maneira de narrar é bastante eficiente, já que se torna muito difícil montar um roteiro com pontos de virada caso a narrativa de uma biografia seja linear.


Filmado em preto e branco, o filme talvez não precisasse disso. O uso das cores parece mais uma escolha estilística voltada para realizar um desejo do cineasta do que algo necessário para o longa metragem: afinal, filmar em preto e branco é um fetiche de 9 em 10 diretores e diretores de fotografia.
Heleno era um viciado em drogas, álcool e cigarro (chegava ao ponto de fumar dois cigarros de uma só vez), violento e passional. E sua paixão era a energia que o movia. Era a paixão pelo clube, pelo futebol, pela arte. É a paixão transmitida por Heleno que faz dele um personagem atrativo e complexo. E essa paixão, capaz de isentar alguém de todos os outros defeitos, precisa contaminar um pouco mais os jogadores e dirigentes de futebol da atualidade, cujo dinheiro está contaminado de sífilis moral.
Nota: 4 claquetes

