Crítica: Tão Forte e Tão Perto

Oskar é um menino muito inteligente que se diverte com as brincadeiras e desafios de seu pai (Tom Hanks), um joalheiro apaixonado por curiosidades e conhecimentos científicos – algo que percebemos pelos objetos e quadros espalhados pelo seu apartamento. Após perder o pai no atentado terrorista, o menino passa a seguir em busca de uma fechadura para uma chave deixada por seu pai, baseado em pequenas pistas.


Com uma câmera detalhista e cuidadosa, o filme consegue habilmente mostrar pequenos tiques de Oskar, que caracterizam um menino bastante sensível, que tem medo de lugares fechados e desconfia de qualquer coisa que não seja completamente segura. Além de retratar o caos urbano visto por Oskar, a câmera é sensível também ao iniciar uma cena da escola em uma quadra esportiva para, em seguida, desviar para o canto, onde Oskar joga videogame com um colega. Outra cena curiosa é a de uma casa que Oskar visita antes de conhecer a história do “Inquilino” (Max Von Sydow): ao aparecer, a casa é vista de um ponto de vista enquanto um avião cruza o céu, de maneira que o espectador vê o avião atravessando a casa, em uma imagem semelhante ao ataque terrorista.

Nos momentos finais, o filme falha em mostrar as “pazes” entre o menino e sua mãe (Bullock), já que fornece uma explicação pouco convincente a respeito de sua atitude frente à descoberta do menino.
Feliz em retratar os sentimentos de tristeza, perda, impotência e medo gerados na população de Nova York após o fatídico dia, “Tão Forte e Tão Perto” é um belo filme, mas que não precisaria de uma indicação ao Oscar de melhor filme. Obviamente, o filme deve soar muito mais belo aos olhos de um novaiorquino que aos olhos de um paulista.
Nota: 4 Claquetes
