Crianças que são mais inteligentes do que parecem | Dia das Crianças
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Crianças que são mais inteligentes do que parecem | ESPECIAL DIA DAS CRIANÇAS

Como é de praxe aqui no Cinem(ação), datas especiais exigem matérias especias, e na semana em que se celebra o Dia das Crianças resolvemos convidar a ‘nata cremosa’ da nossa equipe para falarmos de filmes sobre crianças inteligentes. A ideia é mostrar que filmes com crianças não precisam ser bobos, afinal, inocência não tem a ver com desenvoltura de raciocínio.

Participam dessa bagunça o líder da gangue Lucas Albuquerque, o inocente Davi Vilela, o sonhador Daniel Cury, e o espevitado Fernando Machado.

 

A Invenção de Hugo Cabret(2011)

por Fernando Machado

Na França de 1930, o jovem Hugo busca solucionar um mistério deixado pelo seu pai através de um autômato sem funcionamento. Hugo acredita que o autômato, guarda uma mensagem secreta de seu falecido pai, além de acreditar que o funcionamento do autômato diminuiria sua solidão.

O filme é dirigido por Martins Scorsese, e quem conhece minimamente o trabalho do diretor, perceberá que filme infantil nunca foi seu interesse. Mas o que levou um diretor famoso por filmes violentos e viscerais empreitar esse projeto tão desafiador? Segundo o próprio diretor, foi um pedido de sua filha de 8 anos. Durante o lançamento do filme, Scorsese declarou que sua filha pedira que fizesse um filme que ela pudesse ver. Ela disse: “Você deveria descobrir o que as pessoas gostam, fazer um filme sobre isso e então todo mundo iria vê-lo!”. Então Scorsese respondeu: “Claro! Eu nunca tinha pensado dessa forma. Você está certa!”. Mas apesar do filme ter sido feito pensando em sua filha, Scorsese na verdade utilizou suas memórias de cinéfilo para dirigir um filme que é uma declaração de amor ao cinema acima de tudo. É uma história de como sonhos podem ser construídos através de imagens. Scorsese mostra que quando estamos assistindo a um bom filme, somos como inocentes crianças diante de um desafiador truque de mágica, e é assim que nos sentimos assistindo “A Invenção de Hugo Cabret”.

 

It: A Coisa (2017)

por Lucas Albuquerque

A mescla da amizade de um grupo de “perdedores/otários” com o terror causado pela Coisa, personificada pelo palhaço Pennywise, aqueceu o coração dos nostálgicos e trouxe um novo público para o universo de Stephen King.

Adaptar Stephen King para o cinema não é novidade. E mesmo It já contara com uma versão nos anos 90. Agora, contudo, o foco é outro – a trama tem como protagonistas apenas a ala infanto-juvenil. Com descobertas típicas da idade, como problemas na escola, bullying, ausência familiar, além de uma sexualidade engatinhante, o carismático grupo tem que lidar com as diferenças entre eles para vencer medos vários. Com diálogos ágeis e tratando os adolescentes com respeito devido, “It: A Coisa” lembra para os mais jovens “Stranger Things”. A série que bebeu na fonte de It outrora agora fecha um ciclo de autorreferência. Outra aproximação possível é com “Conta Comigo”, também baseado na obra de King. O diretor Andy Muschietti tem o filme nas mãos e equilibra bem humor, drama e terror, dividindo espaço e tendo algumas cenas marcantes em cada gênero. No elenco destaque para a encantadora Sophia Lillis, que faz a Beverly Marsh, e para Finn Wolfhard dando vida a Richie Tozier.

 

Os Amigos (2013)

por Daniel Cury

Dirigido por Lina Chamie, Os Amigos conta a história de Téo (Marco Ricca), um arquiteto que está em uma fase solitária e pensativa da vida, e que chega ao ápice após a morte de seu amigo de infância. Ele vai depender da ajuda de Maju (Dira Paes), sua melhor amiga, e dos filhos dela.

Neste poético filme de Lina Chamie, as crianças são uma presença constante, como se fossem o elo do protagonista com o seu verdadeiro “eu”. Os filhos de Maju questionam sobre tudo e ajudam a trazer um pouco de vida ao protagonista. Téo, por sua vez, sente a necessidade de estar presente para o filho de seu melhor amigo, que sofre a perda do pai. Os flashbacks que revivem a infância do protagonista também ajudam a revelar o poder dos amigos neste período da vida. E os momentos de respiro na narrativa com crianças narrando uma história épica de forma circense apenas corroboram com o poder do universo pueril na busca de cada adulto por aquela persona livre de máscaras que fomos na infância, e que por vezes se perdeu diante das podas que sofremos ao longo de nossas vidas. “Os Amigos” é um filme doce, leve e suave… como a infância!

 

A Cura (1995)

Por Davi Vilela

Erik (Brad Renfro) é um garoto solitário que atravessa todas as barreiras que o preconceito ergueu e se torna amigo do seu vizinho Dexter (Joseph Mazzello), que tem AIDS. Quando os dois garotos lêem que um médico de Nova Orleans descobriu a cura da AIDS, tentam chegar até ele para conseguir a cura.

Esse Clássico da Sessão da Tarde e do Cinema em Casa, já fez muito marmanjo chorar. Com uma premissa aparentemente simples, “A Cura” é daqueles filmes que são mais do que aparentam ser. Ele mostra a ingenuidade das crianças em meio aos problemas, achando por exemplo, que Chocolates podem curar. Mas ao mesmo tempo trata as crianças como seres humanos inteligentes, que assistem por exemplo, a “2001: Uma Odisseia no Espaço” na TV. O filme é uma jornada de crescimento, autoconhecimento e amizade. Sensível e tocante, ele mostra como as crianças são puras, e não ligam para nada na hora de fazer amigos e apoiá-los. “A Cura” é um filme inteligente, emocionante e bonito, e feito não só para crianças, mas para toda a família. E o principal, ensina uma lição atual e importante para todos nós, principalmente para os adultos, que o desconhecimento cria uma barreira que pode impedir grandes amizades.

 

Pois é, essa foi a nossa lista. Gostaria de incluir algum filme? Deixe nos comentários que filmes poderiam fazer parte dessa lista de filmes com crianças mais inteligentes do que parecem.

Forte abraço e até o próximo especial.

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