Crítica: A Luta Pela Esperança

“A Luta Pela Esperança” conta a história verídica de James J. Braddock, um boxeador que foi à falência total durante o período da grande depressão nos Estados Unidos, mas conseguiu retornar como atleta após uma oportunidade que lhe surgiu, tornando-se assim o que a imprensa chamou de Cinderella Man, o título do filme em inglês. Além de Crowe, o longa nos traz também Paul Giamatti em mais uma de suas incontáveis atuações repletas de nuances e tipos bem criados.

Mas se a câmera de Ron Howard consegue mostrar dicotomias temáticas, o mesmo não se pode dizer do roteiro quanto aos personagens. O grande problema do filme é ter justamente personagens tão unilaterais. Braddock é o pai de família bondoso que, mesmo em um ambiente cheio de pais problemáticos, esforça-se para ajudar sua esposa a criar os filhos e ainda dá lições de moral ao filho que, na necessidade, rouba um salame do açougue. Se não fosse pelo esforço de Crowe em dar peso aos ombros do personagem, teríamos um “santo” como protagonista. O mesmo pode-se dizer de Giamatti, que além de dar verossimilhança a um empresário que faz vezes de treinador (ou vice-versa), não hesita em demonstrar grande carinho por Braddock ao dar-lhe um abraço, por exemplo.

Além de tudo isso, o filme se deixa levar por algumas situações clichês, como discursos do tipo “Você será sempre o meu campeão” e um gritinho fino de “Não” quando o personagem principal, muito pobre, pede desculpas à esposa. Aqui, obviamente, eu me refiro à atuação de Renée Zellweger, que parece acreditar que suas lágrimas forçadas e caretas esquisitas são o ápice de atuação.
Ao menos as cenas de lutas são empolgantes.
Nota: 03 Claquetes
