Crítica: Cosmópolis

Dirigido por David Cronenberg e baseado no romance de Don DeLillo, Cosmópolis é uma metáfora para o mundo atual. Packer é um jovem que ficou bilionário com sua empresa de tecnologia e se sente acima de todos por seu poder, sentado na poltrona que o diferencia até mesmo dos outros que entram em seu carro.
O filme tem diversos elementos interessantes que podem ser analisados. Cronenberg consegue mostrar a cidade como algo totalmente distante do protagonista: ele está nela mas vive totalmente separado dela. São diversos os momentos em que Packer e seus “iguais” são mostrados totalmente descolados da realidade: em determinado momento, ele discute sobre o mundo atual enquanto um grupo de manifestantes chacoalha seu carro, mas é como se nada acontecesse; sua esposa Elise Shifrin (Sarah Gadon) conta que gosta de pegar táxis porque conhece mais a respeito do mundo “de terror” ao conversar com os taxistas, já que são a única ponte que a ligam ao “mundo real”; sem contar que Packer cita seu apartamento como alto o suficiente para conseguir fugir dos ruídos da cidade.


Cosmópolis utiliza-se de elementos ricos e discussões profundas para questionar os ditames da economia moderna. Mas não chega a nenhuma conclusão diferente do que já sabemos, faz firulas com as palavras e não surpreende, apesar de criar a ilusão de uma narrativa imprevisível.
Nota: 03 claquetes

