Crítica: Juntos
Juntos
Direção: Michael Shanks
Roteiro: Michael Shanks
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2025.
Elenco: Dave Franco, Alison Brie, Damon Herriman, Mia Morrissey, Karl Richmond, Jack Kenny, Francesca Waters, Aljin Abella.
Sinopse: Tim e Millie têm relação conturbada que é levada ao limite após se mudarem para uma cidade isolada no interior dos Estados Unidos. O que se apresenta como a oportunidade perfeita para recomeçar e fortalecer os laços, logo se transforma num pesadelo quando parece que a floresta dessa pequena cidade esconde segredos nefastos.
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Uma das maiores virtudes de Juntos é a química do casal principal. James Franco e Alison Brie são casados na vida real, e mesmo com um roteiro limitado a dupla consegue criar bons momentos de algo que se fosse feito com um dupla sem tanta dinâmica, talvez fosse bastante sem graça. A premissa do filme é interessante. Quando Millie (Alison Brie) consegue um emprego em uma escola, ela e Tim (Dave Franco), seu namorado de longa data, se mudam para uma cidadezinha pequena.
Enquanto enfrentam as dificuldades da adaptação ao novo local, se veem obrigados a lidar com os problemas do próprio relacionamento. Ele está sem emprego, sem perspectivas e isso gera ressentimentos nos dois integrantes do casal. O que faz com que ambos questionem o relacionamento. Em um momento de relaxamento, tentando ficar bem, eles resolvem conhecer a floresta que cerca a casa em que estão morando. É quando se perdem e acabam se deparando com um lugar sobrenatural que começa a fazer com que eles precisem estar sempre juntos, de formas muito mais intensas do que podemos imaginar à primeira vista.
É interessante como o filme se propõe a usar do horror, do body horror, para falar sobre codependência dentro dos relacionamentos. O grande problema é que tudo em Juntos parece um pouco superficial, o que diminui a força do longa-metragem.
Aqui temos um casal de protagonistas que realmente tem química. E a intimidade que eles possuem se transmite na tela, mas parece que isso nunca é aproveitado ao máximo. E o mesmo se pode dizer do body horror. É a parte que poderia ser mais interessante no filme, mas parece que o diretor teve medo de ousar, de chorar de verdade o público. Muitas vezes as questões corporais são mais divertidas do que assustadoras de verdade. O que não seria um problema se essa fosse a pretensão do filme, mas em diversos momentos Juntos se leva muito a sério, apesar de soar engraçado ou até mesmo ridículo em alguns momentos.

Juntos soa como um filme de horror que tem muito medo de pertencer a categoria, e por isso mesmo sua execução acaba sendo prejudicada. Porque é exatamente quando se permite abraçar o gênero que ele brilha. As explicações também são um pouco enfraquecidas pela obviedade das resoluções e pela falta de profundidade mesmo.
Não é um filme ruim. É divertido de se ver, mas é bastante genérico e se leva um pouco a sério demais quando deveria abraçar justamente o oposto.
Nota: 3 /5