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Crítica: Sing Sing

Sing Sing – Ficha técnica:
Direção: Greg Kwedar
Roteiro: John H. Richardson, Brent Buell, Clint Bentley
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 2024 (13 de fevereiro de 2025 no Brasil)
Elenco: Colman Domingo, Clarence Maclin, Sean San Jose, Paul Raci.
Sinopse: Divine G, preso por um crime que não cometeu, encontra um propósito ao atuar em um grupo de teatro ao lado de outros homens encarcerados nesta história de resiliência, humanidade e o poder transformador da arte.

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Sing Sing é uma prisão de segurança máxima dentro do estado de Nova Iorque. E também o cenário do filme indicado ao Oscar em 2025. Protagonizado pelo competente ator Colman Domingo, conta a história de Divine G, um homem que foi preso por um crime que não cometeu, e que faz parte do grupo de teatro da instituição carcerária. É através das experiências que a arte proporciona que não apenas ele, mas outros prisioneiros, encontram formas de continuar mesmo encarcerados. 

Inspirado em um artigo que saiu em 2005 na revista Esquire intitulado The Sing Sing Follies, onde é apresentado o programa real de reabilitação existente na prisão, com oficinas de teatro, literatura, artes visuais, música e dança. No filme o foco é humanizar os detentos, grupo que é naturalmente desumanizado pela sociedade. 

Sing Sing não se importa em abordar as questões sociais referentes ao número tão diferente de presos negros e latinos em comparação com os brancos; ou como a própria prisão nem sempre reabilita de fato quem passa por suas portas. Aqui o que importa é a mensagem de esperança e de beleza que a arte traz. E como pode mudar vidas.

É um filme delicado que busca ser uma história inspiradora como outras que já foram feitas antes no cinema. Com parte do elenco sendo formado por detentos e ex-detentos, consegue de fato criar uma recompensa emocional para o público que se afeiçoa aos personagens mostrados na tela. 

Em uma sociedade onde a masculinidade é tão cheia de dificuldades para demonstrar afeto, não deixa de chamar atenção que uma obra que retrata um grupo marginalizado socialmente, que é muitas vezes visto como violento, consiga trazer tanta empatia, carinho, cuidado entre seus personagens. Com uma trilha que fica praticamente onipresente durante toda a projeção, a emoção do público é manipulada com precisão para que as pessoas saiam impactadas e emocionadas com o que é colocado na tela. 

Não traz nada de muito novo, não é inesquecível nem apresenta discussões aprofundadas sobre os problemas que existem com relação às prisões, mas é um tipo de obra que ao terminar traz esperança. E em uma sociedade que todo dia mostra homens negros sendo alvo de violência, é bom vê-los sendo tratados com um pouco de delicadeza e respeito.

Nota: 3/5

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