Crítica: Resident Evil 5 – Retribuição
Tem algumas franquias que continuam existindo por pura inércia: conquistam público simplesmente por existirem, são ruins por natureza e absorvem dinheiro em outras plataformas. É o caso de “Velozes e Furiosos”, “Underworld – Anjos da Noite” e “Resident Evil”. No caso das duas últimas, temos um diretor recorrente que é casado com a protagonista, o que me faz ter respeito por eles apenas por seus matrimônios com beldades como Kate Beckinsale e Milla Jovovich. As três “séries” citadas bem poderiam ganhar sequências até o fim dos tempos – mas se isso for realmente acontecer, eu sinceramente torço para que este seja o ano derradeiro de nossas existências.
No caso de “Resident Evil 5 – Retribuição”, Paul W. S. Anderson (não confunda com Paul Thomas Anderson – seria como confundir água com vinho) ao menos mostra que sabe utilizar câmeras 3D, ao usar e abusar de tomadas abertas com grande profundidade de campo… mas também mostra que não resiste ao clichê de atirar objetos a todo momento na direção do espectador.
O filme começa com a pretensão de ser uma trama complexa, explicando tudo o que aconteceu nos filmes anteriores. Ele conta basicamente a história de uma fuga da protagonista Alice para sair de um complexo de laboratórios e cidades falsas que pertencem à Umbrella Corporation, em espaços que incrivelmente parecidos com (pasmem!) fases de vídeo game. Obviamente, o filme insiste em mostrar personagens femininas com roupas coladas ou vestidos incrivelmente sensuais – afinal, melhor do que essas vestimentas para matar zumbis, somente maquiagens impecáveis, não é mesmo?
Por mais que Milla Jovovich seja um colírio para nossos olhos, a beleza da atriz soviética não consegue diminuir a estupidez de diálogos nada imaginativos, como “Você é minha mãe? –Agora sou” ou o famoso momento em que a heroína resolve correr um grande risco para dizer, com olhar confiante: “Espere por mim!”
Para deixar tudo ainda pior, “Residen Evil 5 – Retribuição” tem muito pouco daquilo que o espectador mais busca: zumbis. Salvo algumas sequências de lutas (absolutamente desnecessárias, diga-se de passagem), os zumbis dão lugar a monstros e pessoas com superpoderes fornecidos por injeções.
Ao final do filme, um espectador da sala não hesitou em dizer que “está parecendo Smallville”. No fim das contas, “Resident Evil 5” parece exatamente isso: um final de temporada ruim de uma série de TV medíocre.
Nota: 01 Claquete