Crítica: O Legado Bourne
A trilogia “Bourne”, com Matt Damon como protagonista, tornou-se um modelo de bom filme de ação/espionagem. Após três ótimas produções baseadas nos livros de Robert Ludlum, o roteirista Tony Gilroy decidiu continuar a história, optando por criar um novo “espião”, já que Damon não aceitou participar. E talvez seja exatamente aí que o roteirista e diretor tenha errado: criar um novo personagem sem as mesmas características complexas de Jason Bourne.
Embora Jeremy Renner se esforce e já esteja acostumado com cenas de ação, o fato é que seu personagem Aaron Cross é pouco convincente em relação àquilo que o move dentro da trama. Ele apenas quer viver e buscar o antídoto que o fará deixar de ser viciado nos comprimidos. Em meio a diversas informações a respeito das operações Treadstone, Outcome e Blackbriar, Aaron Cross conhece a médica Marta Shearing (Rachel Weisz) e se une a ela para buscar respostas e tentar furar o cerco da CIA e do FBI. Após conseguir um antídoto nas Filipinas, o “espião rebelde” parece não ter mais qualquer ambição na vida. Até mesmo a doutora Marta pouco demonstra sua complexidade, tornando-se apenas uma parceira para ajudar o protagonista. Quem é sua irmã? Com quem ela morava naquela mansão? O que fazia de sua vida tão voltada para as pesquisas secretas? Tudo isso pouco importa para trama.
De qualquer maneira, “O Legado Bourne” tem cenas de ação muito bem elaboradas (mesmo que uma perseguição confusa que fica anos luz atrás das perseguições dos filmes anteriores) e informações que completam todos os filmes anteriores.
Embora não seja tão bom quanto os antecessores, o quarto capítulo da série mostra, de fato o, “legado” deixado pelo espião desmemoriado, e encaminha a trama para um quinto e derradeiro (assim esperamos!) longa metragem. Resta torcer para que as falhas deste sejam corrigidas no próximo, e que Matt Damon aceite participar.
Nota: 03 Claquetes