Crítica: Time (2020)

Time acaba de entrar para minha lista de melhores documentários de 2020. A produção da Amazon é uma história de amor, injustiça, luta e coloca em discussão o sistema penal norte-americano. Entretanto, o documentário não vai apresentar especialistas em direito ou ativistas para refletir sobre o Estado punitivista. Mas narra a história de Fox Rich, uma mulher negra, que luta pela liberdade de seu marido, condenado a 60 anos de prisão.

Logo no início, acompanhamos as gravações de Fox, grávida, narrando ao marido preso sobre as expectativas para o futuro. Entre vídeos gravados na década de 1990 e cenas atuais, vamos conhecendo aos poucos a história da família e sua luta incansavelmente pela liberdade do marido, preso após cometer um roubo a banco. Ela estava junto, foi condenada a 12 anos.

Não se trata de um mero documentário sobre uma família norte-americana, mas também uma história de amor e luta por justiça. Fox é a peça central do longa, e é a partir de suas reflexões que o espectador tende a pensar e entender na prática o sistema penal ultrapassado e punitivista. O qual afeta principalmente homens negros.  Algo que o documentário defende como uma escravidão continuada. Onde homens negros são vítimas de um sistema judiciário totalmente branco.

Time é praticamente uma materialização do importante documentário A 13° Emenda. Em Time os dados se tornam pessoas e histórias reais. Se transforma em filhos privados de um pai pois o sistema pune e não é indulgente.

Time tem ganhado elogios e prêmios da crítica, fique de olho pois pode pintar na famosa lista do careca pelado dourado.