Crítica: Menos que Nada
O diretor Carlos Gerbase realiza um feito e tanto do ponto de vista da distribuição de seu filme: com exibição gratuita na internet, ele possibilita que um maior número de pessoas assista ao longa. Algo excelente, principalmente quando se trata de uma produção de custo baixo.
Na trama, uma psiquiatra residente começa a trabalhar em uma clínica, na qual encontra Dante, paciente dado como “incurável” (como a maioria dos que lá estão). Interessada em sua história, a médica começa a investigar o que teria deixado Dante em estado de esquizofrenia.
Ao longo do filme, o espectador vai conhecendo diversos lados da história, não somente pelas cenas de flashback relacionadas com o que é contado, mas pelas cenas que o próprio diretor coloca para auxiliar o entendimento.
As atuações são o grande forte do filme. Com exceção de um marido ciumento que beira o amadorismo, Rosanne Mulholland tem nuances que ajudam a causar a dúvida pretendida pelo diretor, Branca Messina consegue ser muito convincente, e Felipe Kannenberg sustenta todas as cenas mais difíceis com o peso dramático necessário.
Se a maneira como Gerbase trata a psicopatologia de Dante é interessante e coesa, o mesmo não se pode dizer da maneira como a trama é contada, já que não traz nada de novo aos thrillers psicológicos e parte de um pressuposto quase banal: “pode-se acreditar em um paciente esquizofrênico?”. O diretor também se utiliza de um recurso desnecessário e aparentemente inútil: uma câmera rodando em torno de personagens em momentos específicos.
Feliz em discutir a questão de como a criatividade e capacidade de criação fazem do ser humano o que ele é, “Menos que Nada” não traz questões tão importantes ou elementos tão curiosos que o tornem muito especial, mas tampouco é vazio ou desnecessário.
E considerando que é um filme disponível na internet gratuitamente, não tem porque não assistir.
Nota: 03 Claquetes