Laís Bodanzky termina de filmar “Pedro”
Na última semana, terminaram as filmagens do filme “Pedro“, estrelado pelo ator Cauã Reymond. O longa é dirigido por Laís Bodanzky, que também assina o roteiro. A última semana de gravações teve cenas rodadas em diferentes locais de Portugal: o Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, o Palácio Nacional de Queluz e a Ilha do Faial, em Açores. No Brasil, as filmagens ocorreram durante cerca de sete semanas. A maior parte das cenas foi filmada dentro da fragata inglesa Warspite e no exterior do Cisne Branco, uma réplica das embarcações da época em que o filme se passa, e que pertence à Marinha Brasileira . As cenas do interior da fragata foram feitas em um estúdio em São Paulo. Outras locações do filme foram uma travessia de Salvador ao Rio de Janeiro para imagens em alto mar, a cidade de Arraial do Cabo e uma fazenda em Rio das Flores, no Estado do Rio de Janeiro.
“Pedro” é o primeiro longa histórico da diretora. Bodansky possui em seu currículo os premiados “Bicho de Sete Cabeças” e “Como Nossos Pais“, além do adolescente “As Melhores Coisas do Mundo”, entre outros. Seu novo longa, “Pedro”, aborda a vida privada de Dom Pedro I. O personagem histórico foi responsável por escrever em 1824 a primeira Constituição do Brasil imperial, considerada liberal e progressista para a época. Na trama do filme, o espectador poderá ver o momento em que o imperador retorna para Portugal, em 1831, fugindo de ser apedrejado pela população brasileira, nove anos depois de proclamar a Independência do país.
O longa mostra uma reflexão do personagem a bordo da nau inglesa Warspite sobre sua vida no Brasil – desde a chegada de Portugal ao lado dos pais, em 1808, até sua abdicação, motivada por desdobramentos da sua forma de governar e da rixa entre políticos conservadores e liberais. O roteiro ainda deve mostrar a rivalidade entre brasileiros e portugueses que estavam radicados no Brasil. O filme retrata o personagem em sua intimidade, tentando compreender a série de acontecimentos e o porquê de tudo dar errado quando parecia que iria dar certo.
A diretora conta que está muito contente de terminar as filmagens em Portugal. “Olhando para trás eu lembro que era um sonho praticamente impossível de ser realizado devido à sua complexidade. É um projeto grande, o maior que eu já dirigi até agora, com um elenco de vários países, falando várias línguas, uma filmagem em que a gente rodou no Brasil, em Portugal, em alto mar. Exigiu uma logística muito grande de produção e eu contei com uma equipe elenco muito profissionais e competentes que me deram muita segurança para seguir nessa aventura. Eu estou muito feliz com esse filme que a gente acabou de colocar na lata. Em janeiro começamos a fase da montagem”, conta Laís Bondanzky.
O ator que protagoniza o filme destaca que foi uma longa travessia, que se iniciou há cerca de seis anos, quando seu sócio e empresário Mario Canivello teve a ideia de levar o personagem às telas. “Mas queríamos fugir do lado histórico, do já tão explorado grito da Independência, e jogar um olhar sobre esse homem cheio de ambiguidades e de vida curta, mas intensa. Esse filme não teria sido possível sem a condução brilhante da Laís e de seu roteiro super original, nem sem a base firme da Biônica Filmes e da nossa coprodutora portuguesa O Som e a Fúria. Foi uma experiência única dar vida a um personagem histórico em seu lado menos conhecido”, afirma Cauã Reymond.
O elenco conta ainda com a artista plástica Rita Wainer – em sua estreia como atriz – no papel de Domitila, Luise Heyer como Leopoldina, Francis Magee (“Game Of Thrones”, “Jimmy’s Hall”, “Rogue One”) vivendo o Comandante Talbot e Welket Bunguê (“Joaquim”) interpretando o Contra Almirante Lars. No elenco português estão Victória Guerra, como Amélia, Luísa Cruz no papel de Carlota Joaquina, João Lagarto interpretando Dom João VI, Isac Graça (“Catas da Guerra”) vivendo Miguel e Isabél Zuaa (“As Boas Maneiras”) como Dira. Celso Frateschi (“3%”), Gustavo Machado, Luisa Gattai, Dirce Thomas, Marcial Mancome e Sergio Laurentino (“Tungstênio”) completam o elenco. O diretor de arte inglês Adrian Cooper e o diretor de fotografia espanhol Pedro J. Márquez (“Ex-Pajé”) foram os responsáveis pelo trabalho de reconstrução de época.
O filme é produzido por Biônica Filmes, Buriti Filmes, Sereno Filmes e O Som e a Fúria (Portugal), em coprodução com a Globo Filmes. “A coprodução com O Som e a Fúria foi fundamental para o filme. Tivemos o privilégio de filmar no Palácio Nacional de Queluz, onde Dom Pedro I nasceu e morreu, e também no Palácio Nacional da Ajuda, residência de muitas famílias reais portuguesas. E ainda conseguimos rodar na Ilha do Faial, em Açores, onde Dom Pedro desembarcou depois da travessia do Brasil para Portugal em 1831. Enfim, filmamos nos locais onde ele esteve. Foi uma honra”, aponta Bianca Villar, da Biônica Filmes, que assina a produção do longa com Cauã Reymond, Fernando Fraiha, Karen Castanho, Laís Bodanzky, Luiz Bolognesi, Luis Urbano e Mario Canivello. “Pedro” tem previsão de estreia para 2019 com distribuição da Vitrine Filmes.