Crítica: Paraísos Artificiais

O filme começa com Nando (Luca Bianchi) saindo da prisão e sendo recebido pela mãe. Aos poucos, o espectador vai conhecendo o seu passado e como este se cruzou com o de Érika (Nathália Dill), uma DJ que busca divulgar seu trabalho. Entre muitas drogas e sexo, os jovens vão se encontrando e desencontrando. Aos poucos, e sem muita dificuldade, o espectador consegue ligar os três momentos da trama: um festival de música eletrônica no nordeste, o encontro de Nando e Érika em Amsterdam e a saída de Nando da prisão.


Com fotografia exuberante e cenários estonteantes, o filme parece ter sido focado na plasticidade. As sensações do corpo quando se usa drogas são mostradas de maneira plasticamente forte, e somando isso às cenas tórridas de sexo, o filme pode se transformar em um convite aos mais jovens para que experimentem tudo isso, o que deveria ter causado nos conservadores muito mais revolta do que a cena de sexo entre Érika e Lara (Lívia de Bueno) – que tirou muitos espectadores da sala. Mas o filme não pressupõe um público desinformado a ponto de se deixar levar pela beleza das imagens. Ele pressupõe um público tão instruído que nem se dá ao luxo de colocar legendas em uma cena gravada totalmente em inglês, mesmo que estas não sejam cruciais para seu entendimento.
“Paraísos Artificiais” é um projeto ousado que faz poesia com a juventude, mas vê uma saída para os problemas. Uma saída otimista – ou ingênua – demais, mas poética mesmo assim.
Nota: 03 claquetes

