Morre Hector Babenco, diretor que fez história no cinema brasileiro
Morreu nesta quarta-feira (13) o diretor argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco. O cineasta tinha 70 anos e foi vítima de uma parada cardíaca em sua casa, em São Paulo.
Nascido em Mar del Plata em 1946, o cineasta radicou-se no Brasil ainda na década de 1970, antes de completar seus 30 anos, onde passou por diversos momentos do cinema. Após estrear no documentário “O Fabuloso Fittipaldi”, o cineasta passou a levar milhões de pessoas ao cinema em um período bom para a sétima arte do nosso país: “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia”, estrelado por Reginaldo Faria, levou mais de 5 milhões de pessoas às salas de cinema.
Já em 1981, Babenco estreou “Pixote: A Lei do Mais Fraco”, longa que também entrou para a história do cinema nacional e continuava a manter sua então preocupação com a realidade da violência urbana, que viria a explorar de maneira um pouco menos intensa no sucesso “Carandiru”, de 2003.
Babenco entrou mesmo para a história com “O Beijo da Mulher Aranha”, coprodução Brasil – EUA que aumentou a visibilidade de Sônia Braga, deu um Oscar ao ator John Hurt, bem como uma indicação ao diretor, tornando-se um dos poucos filmes brasileiros a ganhar tamanha visibilidade na premiação mais famosa do cinema.
Foi com a visibilidade internacional que, nos anos seguintes a “O Beijo da Mulher-Aranha”, Babenco dirigiu o drama “Ironweed” (1987), com Jack Nicholson e Meryl Streep, e “Brincando nos Campos do Senhor”, com Daryl Hannah, John Lithgow e Kathy Bates.
Sem uma filmografia extremamente grande, mas cuidadosa, Hector Babenco ainda tem entre seus filmes “Coração Iluminado”, primeiro filme argentino que lançou em 1998 (ainda assim, em coprodução com o Brasil). Sua carreira pós-Carandiru inclui “O Passado”, longa também argentino, com Gael García Bernal, e o recente “Meu Amigo Hindu”, último longa que, coincidentemente, é extremamente autobiográfico.