Crítica: Invasão
Sempre que possível, procuramos falar sobre as produções independentes. Já entrevistamos diretores e produtores que lançaram seus filmes em festivais e plataformas digitais. Recentemente, entrevistamos Hélio Martins Jr, diretor do filme “Invasão“, e agora tivemos a oportunidade de assistir ao filme.
Se o objetivo do diretor e produtor era dar conta de um filme de suspense com orçamento limitado, podemos dizer que “Invasão” foi muito bem pensado. O longa começa com cinco amigos que decidem passar o carnaval em uma chácara afastada, para que pudessem descansar e fugir da “bagunça” do feriado. Após algum tempo de diversão, os jovens (agora em seis, com a chegada de um outro amigo) ficam sabendo pela TV que o país está sendo invadido por alienígenas, mas as cenas vêm de apenas uma emissora, cuja imagem é cheia de falhas, devido ao local onde estão.
Enquanto alguns diálogos e atores parecem muito naturais, outras atuações deixam a desejar, o que atrapalha na imersão. No entanto, o clima de suspense é muito bem construído, e o diretor não se rende ao clichê dos sustos gratuitos acompanhados da música alta, embora a trilha sonora chegue no limite de se sobrepor aos diálogos em alguns momentos.
Sem jamais deixar o longa cair em extremos, e se rendendo a poucos clichês, “Invasão” se mostra um roteiro acertado ao trabalhar com economia: sem grandes arroubos, grandes sustos ou grandes dramas, a trama caminha de forma crescente, e ainda surpreende no final.
Vale destacar que há elementos da trama cujo significado é pouco explicado, o que mostra que o diretor não subestima o espectador, valorizando o olhar mais atento (mesmo que, já no terceiro ato, ele opte por repetir a fala de um personagem para reforçar o suspense).
Ao contrário do longa independente “Catarina – A Lenda da Loira do Banheiro“, que eu caracterizei como “hollywoodianesco”, este filme foge da imitação ao estrangeiro, e consegue ter um clima bastante próprio.
3/5