Crítica: 2 Coelhos

Se muitas pessoas (jovens, em sua maioria) ainda tendem a tratar o cinema brasileiro com certo desprezo, com certeza “2 Coelhos”, do estreante Afonso Poyart, deve fisgar parte do público preconceituoso ao mostrar que é possível colocar elementos pop-hollywoodianos no cinema nacional.

cajadada caixa d’água só. Por meio de uma narrativa não linear, vamos descobrindo aos poucos quem são os personagens, e o que eles realmente querem ou o que fizeram para chegar a esse ponto: o jovem Edgar (Fernando Alves Pinto), o professor Walter (Caco Ciocler); a promotora Julia (Alessandra Negrini) e o bandido Maicom (Marat Descartes).
Poyart surpreende. São poucos os diretores que, logo na primeira obra, conseguem chamar tanta atenção e prender o público, além de inovar em seu nicho. Se somarmos ao filme a informação de que ele só custou cerca de 4 milhões de reais (muito pouco mesmo no cinema brasileiro), podemos ver que o filme foi produzido com muita dedicação.


Dizem que quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. Talvez Poyart tenha se lambuzado um pouco ao comer seu melado pela primeira vez. Mesmo assim, provou que sabe o que faz e mostrou que veio para ficar. Bom seria se todos os estreantes “pecassem pelo excesso” em vez de se render aos clichês.
Mesmo com algumas falhas ou exageros, o filme diverte, prende a atenção e causa boa impressão. Vá ao cinema e se lambuze.
Nota: 4 claquetes
