Crítica: Imortais

Em “Imortais”, Teseu (Henry Cavill) é um camponês que perde a mãe e não acredita nos deuses, mas se vê como o “escolhido” de Zeus para lutar contra o Rei Hipérion (Mickey Rourke, que faz o que sabe fazer), que deseja libertar os Titãs (deuses renegados aprisionados por Zeus). Teseu vai se unir a Fedra (Freida Pinto), a vidente do oráculo, e outros personagens secundários que ajudarão sua jornada.

O visual, apesar de bastante inspirado em “300”, conta com cores mais contrastantes que o primo superior de Zack Snyder, o que não nega as origens chamativas e bollywoodianas de Singh.
Os efeitos visuais e sonoros são exagerados e fortes, “como manda o figurino”. Afinal, o público principal de “Imortais” quer ver mesmo é muito sangue. Embora a batalha dos Deuses contra os tais Titãs seja fraca se comparada à expectativa que o filme cria, ela é estilizada, sanguinolenta e literalmente visceral. Os personagens dos deuses são, de certa maneira, frios e distantes, não fisicamente por passarem boa parte da trama no Olimpo, mas parecem ser personagens muito mais fracos do que deveriam: talvez tenha faltado mais tempo para desenvolver seus pormenores, já que os humanos são o foco.

“Imortais” não tem a mesma inovação de “300”, possui menos testosterona (embora ela esteja lá) e não conta com o mesmo talento de Gerard Butler e Rodrigo Santoro. É superior à fraqueza total de Fúria de Titãs, claro, mas isso não é muito mérito.
No fim das contas, “Imortais” não é profundo ou inovador, mas empolga e diverte. Não causa impacto com as situações e diálogos clichês, mas envolve o espectador que “compra a briga”. Talvez a maior parte da crítica esperasse muito mais por saber da relação do filme com o inovador “300”, e por isso foi tão negativa. O fato é que Tarsem Singh é, com o perdão do trocadilho, bastante singular: embora não seja um excelente diretor, sabe aproveitar seus pontos fortes (muito influenciados por sua cultura) e faz a lição de casa bem feita, mesmo que não seja nota 10.
