Crítica: O Esquema Fenício
O Esquema Fenício
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Roman Coppola
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, Alemaha, 2025
Elenco: Benicio Del Toro, Mia Threapleton, Michael Cera, Truman Hanks, Steve Park, Scott Shepherd, Willem Dafoe, F. Murray Abraham, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch.
Sinopse: O magnata Zsa-zsa Korda sofre mais um acidente aéreo, mas logo se recupera. Ao voltar para casa, ele decide nomear sua filha, uma freira, como única herdeira de sua fortuna. Os dois então embarcam na consolidação de um novo empreendimento, que se torna alvo de espionagem industrial, intrigas, ataques terroristas e assassinos.
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O cinema do diretor Wes Anderson é divisivo. Suas obsessões chegam às telas e, enquanto encantam alguns, irritam profundamente outros. Em O Esquema Fenício, ele mais uma vez faz uso do seu humor peculiar para apresentar personagens estranhos, traz a sua já característica fotografia com planos milimetricamente calculados e simétricos, e usa sua conhecida paleta de cores vibrantes e de tons pastéis. Também traz atores renomados como Benicio Del Toro, Michael Cera, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch.
Apesar de não ser um filme particularmente inovador, sendo basicamente “mais um filme do Wes Anderson”, O Esquema Fenício é cativante e muito divertido.
Aqui acompanhamos Zsa-Zsa Korda (Benicio Del Toro), um dos homens mais ricos do mundo e que já sobreviveu a seis acidentes aéreos. Depois da sua última experiência de quase morte ele decide escolher sua filha Liesl (Mia Threapleton) como sua herdeira e pede sua ajuda em um esquema financeiro internacional. Liesl é uma noviça que não concorda com as práticas do pai, mas aceita ajudá-lo para se vingar do tio que parece ser o responsável pela morte de sua mãe.
Dividido em atos, O Esquema Fenício vai nos apresentar a jornada cheia de aventuras desse pai com essa filha, que aos poucos vão se aproximando enquanto as relações familiares se misturam com as questões econômicas.

A química entre o elenco é um dos pontos fortes. O timing dos atores em cena não perde um beat. Mesmo que os personagens não sejam exatamente bem aprofundados, a dinâmica entre eles funciona tão bem que conquista o espectador. As cenas de ação, justamente pela forma milimétrica do Wes Anderson, são peculiares e bastante engraçadas e absurdas. O filme brinca com esse absurdo o tempo inteiro, conseguindo equilibrar com a emoção.
Outro ponto curioso é como fica visível que o cineasta tem aqui um dos seus filmes mais políticos, mas a forma de trazer a crítica social é muito única. Ela está ali o tempo inteiro, mas misturada com o humor e, podendo até ser mascarada pelo formalismo característico do diretor.
Como a obra do Wes Anderson, não é para todo mundo. Mas de verdade, existe algo nesse mundo que verdadeiramente seja para todos?
Nota: 3,5 /5