“Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando” no Festival do Rio
Cinema Nacional

Curta “Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando” apresenta a cultura Yanomami no Festival do Rio

Ao longo do ano, enquanto a discussão sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas transcorre no campo político nacional ameaçando os direitos dos povos originários, três curtas-metragens yanomami têm viajado o Brasil e o mundo para apresentar aos não-indígenas a cultura Yanomami e sua resistência na defesa de seus conhecimentos, de seu povo e da floresta. Um deles é Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, dirigido coletivamente por Aida Harika, Roseane Yariana e Edmar Tokorino em suas estreias como cineastas, que terá como próxima parada o Festival do Rio 2023, realizado de 5 a 15 de outubro no Rio de Janeiro. A produção que acompanha uma mulher yanomami observando um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos, integra a Competição de Curtas desta 25ª edição e será exibida nos dias 9 (segunda), em uma sessão para convidados, às 19h15, no Estação Net Gávea; e 10 (terça), em sessão aberta ao público, às 13h30, no Cine Odeon.

O filme estreou na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes e também competiu no 12º Olhar de Cinema em Curitiba, além de ser exibido em diversos eventos nacionais e internacionais ao lado de outras duas produções yanomami, Yuri u Xëatima Thë – A Pesca com Timbó, outro curta dirigido pelo mesmo trio, e Mãri Hi – A Árvore do Sonho, premiada obra de Morzaniel Ɨramari. As três produções foram exibidas em conjunto, pela primeira vez em festivais, no 34º Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo, onde Thuë Pihi Kuuwi foi eleito um dos dez curtas-metragens nacionais favoritos do público.

Por ocasião da 80ª edição do Festival de Veneza, a Isola Edipo, em colaboração com a Mostra Giornate degli Autori, reservou um dia especial para o cinema Yanomami e, no dia 4 de setembro, foi realizado o “Eyes of the Forest” (Olhos da Floresta), que exibiu os três curtas-metragens na Sala Laguna. Foi um dia também dedicado ao primeiro cineasta yanomami Morzaniel Ɨramari e ao Cinema Indígena Yanomami no Brasil. Além disso, foi a primeira vez que filmes dirigidos por mulheres yanomami fizeram sua estreia em um festival de cinema internacional.

Agora, os três filmes são apresentados ao público que visitar a 35ª Bienal de São Paulo, de 6 de setembro a 10 de dezembro. O primeiro longa de Morzaniel Ɨramari, “Urihi Haromatimapë – Curadores da Terra-floresta” (2014), também é exibido no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. Através da temática “coreografias do impossível”, o evento traz as obras do quarteto de cineastas yanomami para compor o universo criado por um conjunto de artistas que, nos mais diversos contextos, expressam sua cultura e estabelecem um diálogo incisivo sobre as questões urgentes do nosso tempo.

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