Conheça curta-metragem com Maria Ribeiro e Fernando Alves Pinto
Com inspiração no cinema “Paris, Texas”, de Wim Wenders, Corpo Celeste fará sua première mundial no Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Kinoforum, que acontece no mês de agosto – com exibições marcadas para os dias 19/08 no Centro Cultural São Paulo e 20/08 no Cinesesc. Dirigido por André Sobral e Renata Paschoal, o filme traz no elenco Maria Ribeiro e Fernando Alves Pinto, e tem a produção assinada pela Abrolho Filmes (“Chico Rei Entre Nós”, de Joyce Prado, premiado na 44ª Mostra Internacional de São Paulo: Prêmio do Público de Melhor Documentário Brasileiro e Menção Honrosa do Júri).
Dez anos de separação, e dez minutos numa conversa pela internet. Esse é o mote do curta que traz Maria Ribeiro, como Letícia, uma mulher que sonhava em ser atriz, mas, durante a pandemia, passa a trabalhar como uma CamGirl depois de se mudar para São Paulo. Em um dos clientes, uma surpresa: seu antigo amor, Fernando (Fernando Alves Pinto), com quem tem uma história mal resolvida no passado.
O diretor André Sobral conta que a origem do curta está numa prostituta que, durante a pandemia, trabalhou como CamGirl, uma mulher que recebe para conversar com clientes pela internet realizando suas fantasias. O curta foi rodado na própria casa do diretor, e tem roteiro assinado por Guilherme Zanella. E, na trilha, traz a música “Love Love”, do trio brasileiro Gilsons.
A parceria com Renata Paschoal, conta André, surgiu naturalmente. Ela, além de diretora, também produziu diversos filmes de Domingos Oliveira, e desses trabalhos conhecia Maria Ribeiro. “No começo, a Renata entrou como diretora de produção, mas é maravilhoso ter uma pessoa com a experiência dela ao lado. Depois da ajuda e da participação dela, ela assina como diretora comigo.”
De Domingos Oliveira, André também conta que trouxe o jeito guerrilheiro de fazer cinemas. “Brinco que Maria e Renata são as Amazonas de Domingos que vieram fazer o filme comigo.” Renata produziu diversos filmes de Domingos, como “BR 716” (2016), “Infância” (2014) e “Juventude” (2008), além de dirigir com ele a série de TV “Confissões de Mulheres de 50”, que foi o último trabalho do cineasta.
Em boa parte do filme, cada um dos personagens está no seu cenário, e o casal interage apenas pela câmera de seus computadores. André conta que Maria e Fernando gravaram suas cenas separadamente, mas com a presença do outro escondido dando sua fala para a construção de um diálogo mais orgânico entre os personagens.
Em Corpo Celeste, o diretor ressalta a importância do trabalho coletivo, e explica que Maria Ribeiro fez diversas sugestões que foram incorporadas ao roteiro, e André explica, também, que o diretor de fotografia Marcelo Rocha colaborou bastante na construção do curta. “Acho que é sempre pelo filme. O que todos querem é um filme bonito, então não faz sentido não ouvir a opinião dos outros, e, em especial, da Renata também com a bagagem dela.”
Atualmente, André prepara uma versão em longa de Corpo Celeste, que deverá contar com o mesmo elenco, a direção, novamente, será em parceria com Renata Paschoal.