Das telonas às telinhas: o que explica o sucesso das produções Marvel nos últimos anos?
Universo construído pela Marvel atravessa gerações, e arrasta consigo uma multidão cada vez maior de fãs e admiradores
Na lista das 10 maiores bilheterias da história, 4 pertencem ao Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Vingadores Ultimato em 2º lugar, com arrecadação de US$ 2,797 bilhões; Vingadores Guerra Infinita na 5º posição, com US$ 2,048 bilhões; Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa em 6º, com US$ 1,832 bilhão; e Os Vingadores em 9º, com US$ 1,518 bilhão. Mas não é apenas no cinema que a marca conquista um público cativo.
As séries originais são atrativos que, apesar de gerarem mais discordância entre os fãs, também são sucesso de audiência. Uma pesquisa encomendada pelo site Variety mostrou que 55% das pessoas que assinaram a recente plataforma de streaming Disney+ o fizeram, principalmente, pelas séries da Marvel. Enquanto isso, 8,5% afirmaram que esse foi o único motivo para a assinatura.
Traduzir em dados o favoritismo popular do MCU evidencia os resultados que as equipes de roteiro e produção têm obtido desde 2008, com o Homem de Ferro, primeiro filme oficialmente reconhecido como parte desse universo. Por essa razão, vale a pena entender o que existe por trás dessa fórmula que tanto atrai o público jovem e adulto.
Planejamento
Não tem como falar de MCU sem mencionar o produtor principal de todas as obras, Kevin Feige. Esteve sob seus ombros a maior parte da responsabilidade em centralizar as narrativas, de modo que se conectem em diferentes períodos e produtos. Em uma conversa para o The Hollywood Reporter, Feige assumiu que a intenção era construir um universo nas telas da mesma maneira que se fazia nos quadrinhos. As fases 1, 2 e 3 foram produzidas para culminar nas joias do infinito. Agora, o novo desafio é a fase 4, onde além da bagagem dos eventos anteriores, traz um tema polêmico na cinematografia: o multiverso.
Adaptação das HQs
Antes do live-action, os heróis cativavam a audiência pelas histórias em quadrinhos. Ao trazê-los para o cinema e para as séries, os produtores da Marvel mantiveram a identidade visual dos personagens, o que facilita a identificação e imersão no universo ficcional. Esse assunto, inclusive, foi abordado pelo diretor James Gunn, que trabalhou nas duas franquias, em diversas entrevistas. Tanto que ele levou essa solução para a DC no filme Esquadrão Suicida e na série Pacificador, que tiveram performance mais positiva, em comparação às obras anteriores da DC, ao manter a identidade visual dos anti-heróis.
Identificação
Os personagem da Marvel, além de serem adaptados com mais fidelidade, também carregam o trunfo da humanização. Embora tenham superpoderes, o MCU não oculta suas fragilidades, falhas e humores. Ao construírem uma narrativa com sentimentos verossímeis aos que o público vivencia no cotidiano, fazem com que os heróis tenham um espaço no imaginário dos jovens, onde dividem lugar com livros, estudos para o Enem, games, redes sociais e futuro.
O segredo para o sucesso das produções da Marvel se conecta com as definições feitas desde a fase 1. Manter as bases narrativas como as das histórias em quadrinhos, populares durante décadas entre os admiradores, parece ter sido, de fato, o mais importante. O gênero de filmes e séries que mesclam ação, comédia, drama e aventura, junto da competência de diretores e atores, se somam às escolhas certeiras feitas pela produção.