“A Mulher que Fugiu”, de Hong Sang-soo, estreia dia 9
No dia 9 de novembro, estreia no circuito comercial brasileiro o filme “A Mulher que Fugiu”. Dirigido pelo cultuado sul-coreano Hong Sang-soo, o filme esteve na lista da revista Cahier du Cinema, como um dos dez melhores filmes do ano de 2020.
Em “A Mulher que Fugiu”, o diretor coreano Hong Sang-soo volta aos assuntos que lhe são caros: os relacionamentos humanos. O filme rendeu ao cineasta o Urso de Prata (prêmio de direção), no Festival de Berlim de 2020, e é protagonizado por sua musa Kim Min-hee (“O hotel às margens do rio”, “A câmera de Claire”). No filme, Gam-hee é uma florista que aproveita enquanto o marido está fora da cidade em uma viagem de negócios para se encontrar com amigas. O longa é dividido em três partes, cada uma acompanhando uma dessas reuniões.
Casada há cinco anos, Gam-hee nunca esteve um dia distante do seu marido, e a viagem dele proporciona a oportunidade de visitar as amigas, que não via há muito tempo. Estranhamente, não era possível antes fazer isso enquanto ele estava em casa, embora a jovem garanta a todos que seu casamento vai muito bem. “Temos bons momentos todos os dias”, diz ela. Os primeiros dois encontros são planejados, mas o terceiro, no café de um cinema, acontece por acaso. Em comum, todas as conversas entre as mulheres são interrompidas por homens.
Depois de três filmes em preto e branco, Hong volta a filmar em cores em A MULHER QUE FUGIU, com fotografia assinada por Kim Su-mim, que usa ângulos e zooms bastante típicos da obra do diretor. Hong, por sua vez, além da direção, assina o roteiro, a montagem e a trilha sonora. Sobre seu processo criativo, ele disse na coletiva do Festival de Berlim: “Quando começo a filmar, não tenho uma ideia completa em termos de estrutura ou narrativa. Parto de uma ideia com a qual quero começar e vejo o que acontece, como respondo a isso e o que vem dessa resposta”.
“A vida, assim como a existência, sempre superam qualquer generalização. Portanto, quando estou fazendo um filme, tento afastar todos os tipos de generalizações, todo o tipo de técnica, todo o tipo de expectativa sobre alguns tipos de efeitos e apenas acreditar que o que vier será o melhor”, declarou.
Sobre o método de trabalho peculiar de Hong, a atriz Kim explicou, no Festival: “Temos um roteiro, os diálogos entre os atores e as reações que devemos extrair uns dos outros. Respondemos a elas com muita sensibilidade, então as emoções vêm à tona e as mudanças acontecem”. Esse é o seu sétimo filme com o cineasta.