Infância, com Fernanda Montenegro, chega ao Belas Artes À LA CARTE
“Infância”, de 2014, é um filme curioso. Longe de ser uma obra-prima, o filme retrata uma visão específica do diretor Domingos de Oliveira, que adaptou aos cinemas seu próprio texto feito para o teatro em 1977.
O longa, que olha para a realidade de uma família conservadora e rica do Rio de Janeiro dos anos 1950, é mostrado sob o viés de um menino tímido que vive suas descobertas. Mesmo assim, boa parte das cenas vem de um olhar onisciente.
Ainda que o filme tenha seus defeitos, trata-se de uma visão importante da história do nosso país, com o jornalista Carlos Lacerda falando na rádio em um período pré-ditadura.
É por essas e outras que o cinema brasileiro é tão importante! Porque permite que realizadores como Domingos de Oliveira eternizem nas telas suas histórias – que aliás, são sempre muito autobiográficas. “Infância” é o segundo dos seis longas de Domingos de Oliveira que passam a integrar o catálogo do À LA CARTE. O filme é estrelado por Fernanda Montenegro, Nanda Costa, e Paulo Betti, e é uma adaptação da peça teatral “Do Fundo do Lago Escuro”, escrita pelo próprio Domingos de Oliveira em 1977.
Além da estreia de “Infância” no Belas Artes À LA CARTE, chegam também dois filmes dirigidos por mulheres: “Entre as linhas do jornal” (1977), da cineasta Joan Micklin Silver, que faleceu no final de 2020, e é premiado na Berlinale. Também chega “A Eterna Desculpa” (2016), drama japonês dirigido e com roteiro adaptado do livro homônimo escrito pela própria diretora, Miwa Nishikawa.
No dia 21 de outubro, chegam à plataforma mais um filme de Domingos de Oliveira: “A Culpa”, de 1971. No mesmo dia estreiam também “A Ronda” (1950), longa de Max Ophuls considerado por muitos, como uma obra de fundamental importância na história do cinema francês, e vencedor de dois prêmios no Festival Internacional de Veneza; e “Soberba” (1942), de Orson Welles, longa indicado a quatro prêmios da Academia, incluindo o de Melhor Filme.