Jair Rodrigues, João Bosco, Aldir Blanc e Zeca Baleiro estão em festival de filmes
O IN-EDIT BRASIL – Festival Internacional do Documentário Musical chega à sua 13ª edição e acontece de 16 a 27 de junho, com mais de 50 filmes nacionais e internacionais inéditos no circuito comercial.
Pelo segundo ano consecutivo, o festival será online, alcançando todo território nacional. Toda a programação estará disponível na plataforma do festival, in-edit-brasil.com, com filmes gratuitos com limite de visualizações. Parte da programação estará disponível também na plataforma do Sesc Digital, sescsp.org.br/cinemaemcasa, com acesso gratuito e na Spcine Play, spcineplay.com.br, também com acesso gratuito.
No Panorama Brasileiro, dividido em Competição Nacional, Mostra Brasil e Curtas Brasileiros, o festival celebra mais um ano com uma boa safra de documentários musicais – apesar da crise no setor – apresentando personagens como João Ricardo (Secos & Molhados), Jair Rodrigues, Chico Mário (irmão de Henfil e Betinho), Alzira Espíndola, o revolucionário maestro e compositor José Siqueira, o rapper Speedfreaks, a banda Made In Brazil, o road movie com Yamandu Costa e o guitarrista argentino Lúcio Yanel, Zeca Baleiro desvendo os sons do Maranhão, entre outros
Além dos filmes, o IN-EDIT BRASIL também está preparando uma mostra especial com um renomado diretor internacional, bate-papos e shows.
O IN-EDIT BRASIL conta com patrocínio máster de Colombo Agroindústria, o patrocínio do Itaú, da Spcine e da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo , o apoio do Itaú Cultural e é uma realização conjunta de Sesc São Paulo, In Brasil Cultural e do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Confira abaixo os filmes brasileiros confirmados para o In-Edit Brasil 2021.
Competição Nacional
Alzira E. Aquilo que eu nunca perdi
(Marina Thomé, Brasil, 2021, 84 min)
Alzira Espíndola é uma das artistas mais singulares que o país já produziu. Nascida e criada no Pantanal, cercada por cantos de pássaro (assim como sua irmã, Tetê), ela mudou-se para São Paulo, com cinco filhos a tiracolo e muito talento para marcar seu nome na Vanguarda Paulistana.
Entre ensaios, gravações, shows e a vida em família, Alzira nunca perdeu a força e o talento que lhe move.
Canto de família
(Paula Bessa Braz e Mihai Andrei Leaha, Brasil, 2020, 74 min)
Criados em uma das mais violentas periferias de Fortaleza, os irmãos Cruz tiveram suas vidas moldadas pela música a ponto de seus pais transformarem a casa onde vivem em uma escola.
Filhos e netos de músicos, eles se dedicam a seus instrumentos e buscam na arte uma forma de atingir novos horizontes.
As composições e arranjos incríveis desses jovens encantam quem passa por eles, seja em Fortaleza, Rio de Janeiro ou onde seja onde forem chamados.
Chico Mário – A Melodia da Liberdade
(Silvio Tendler, Brasil, 2020, 100 min)
Francisco Mário de Sousa tinha tudo para ser ofuscado por dois de seus irmãos: o cartunista Henfil e o sociólogo Betinho. Mas foi na música que ele descobriu sua maneira para se expressar e de olhar o mundo.
Inquieto e dedicado, tornou-se um grande violonista e estudou o Brasil a fundo para compor inúmeras canções para violão e orquestra. Sua paixão pela música era tanta que chegou a criar o Método Musical de Cores para Crianças.
O cineasta Silvio Tendler nos traz esta história, com a participação da Orquestra Ouro Preto, Lenine, Bárbara Paz e dos filhos do músico, Marcos e Karina.
Dois tempos
(Pablo Francischelli, Brasil, 2020, 88 min)
O diretor Pablo Francischelli nos traz um roadmovie, tendo como protagonistas os violonistas Yamandu Costa e Lucio Yanel e um velho motorhome.
Mas este encontro não é ao acaso. O argentino Yanel foi mestre de Yamandu e aqui eles se reencontram, muitos anos depois, para viajarem rumo ao sul, em direção a Corrientes, cidade natal de Lúcio, para se apresentarem em um festival.
As conversas, o silêncio, as paisagens, a música e o chimarrão compõem este delicado relato.
Jair Rodrigues – Deixem que Digam
(Rubens Rewald, Brasil, 2020, 100 min.)
O sorriso, a irreverência e a versatilidade transformaram Jair Rodrigues em um dos cantores mais importantes do Brasil.
Jairzão – como era conhecido – deu vida a canções que ficaram marcadas no inconsciente popular e encheu de alegria a casa de milhões de brasileiros por décadas com suas aparições televisivas.
Neste filme dirigido por Rubens Rewald, conhecemos sua história de vida, seus sucessos, sua generosidade e os anos em que foi ignorado mas que seguiu produzindo com os filhos.
Um retrato do Brasil que amamos e que, como noutros tempos, anda esquecido.
Paulo César Pinheiro – Letra e Alma
(Andrea Prates e Cleisson Vidal, Brasil, 2021, 85 min)
A vida de um dos principais letristas do país contada em primeira pessoa. Paulo César Pinheiro abre sua casa para falar sobre suas origens, referências literárias, seu encontro com a poesia e o que lhe deu “régua e compasso”.
Com parcerias e intérpretes como Clara Nunes, João Nogueira, Elis Regina, Tom Jobim, entre tantos outros, Paulo César Pinheiro é um pilar fundamental na música brasileira.
Secos & Molhados
(Otávio Juliano, Brasil, 2021, 90 min.)
O grupo musical Secos & Molhados foi um dos principais nomes na década de 70 e vem encantando e influenciando gerações desde então. Durante os anos de chumbo da ditadura, ser pop e ser andrógino, sexual e político era coisa para pouquíssimos e os Secos foram tudo isso.
Neste documentário de Otávio Juliano, temos João Ricardo, o criador da banda, fazendo algo que nunca fez: contar a sua história.
Com o Teatro Municipal de São Paulo vazio a seus pés, ele conta sua infância, a iniciação musical, a criação dos Secos & Molhados, a estreia, o sucesso e as brigas.
Swingueira
(Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula, Brasil, 2020, 80 min.)
Grupos de jovens vindos da periferia de Fortaleza se reúnem para uma competição de dança: a Swingueira. Inspirado pelo pagode baiano, equipes se formam e, com muito gingado e determinação, buscam sair vitoriosos nos campeonatos.
Para além da vontade de vencer, cada jovem traz sua própria história de vida e aspirações pessoais. Esta dançante e, muitas vezes, comovente história nos é contada pelos componentes das equipes.
Toada de José Siqueira
(Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques, Brasil,2021, 131 min)
José de Lima Siqueira nasceu no alto sertão paraibano e lá teve sua iniciação musical. Anos depois, foi para o Rio de Janeiro, para estudar composição e regência e acabou sendo o fundador da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Além de compositor e regente, ele era um pesquisador das raízes musicais do Brasil, tendo registrado e utilizado em suas composições elementos de música dos povos originários assim como dos negros escravizados. Por sua relação com a antiga União Soviética, seu legado foi “esquecido” após o golpe militar de 1964.
Sua história é trazida, através de um extenso e minucioso levantamento de arquivos de registro, pelos diretores Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques.
Mostra Brasil
Brincando com Maracatu
(Mike Felipov, Canadá, Brasil, 2021, 72 min)
O diretor canadense Mike Felipov nos traz a história de Aline Morales. Mineira, vivendo no Canadá, ela é uma das principais difusoras do Maracatu em Toronto.
Uma viagem a Recife, encontrando membros do Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife, leva Aline e suas companheiras de viagem a uma profunda reflexão sobre os diversos aspectos deste gênero, para além da música.
Filme Hõkrepöj
(Carlos Nacimbeni, Brasil 2021, 93 min.)
Um mergulho profundo na música contemporânea brasileira. Tendo como guias a compositora, antropóloga e etnomusicóloga Kilza Setti e o núcleo Hésperides Música das Américas, o diretor Carlos Nascimbeni nos leva a um mundo onde a música contemporânea e os índios guaranis e timbiras se encontram.
Gritando!
(Alexandre Mapa, Brasil, 2021, 54 min.)
Há muita gente que diz que um bom filme tem que ter drama, morte e brigas. Pois bem, Gritando! nos traz tudo isso.
Gritando HC! é uma das principais referências do hardcore brasileiro. Surgida na zona norte de São Paulo em 1995, a banda sobreviveu à morte de seu fundador, Donald, e até hoje carrega a bandeira HC.
Histórias e rimas – O Filme
(Rodrigo Giannetto, Brasil, 2019, 84 min)
Ao longo de mais de uma década, o diretor Rodrigo Giannetto colheu depoimentos dos principais nomes do hip hop brasileiro.
Com depoimentos de Thaide, DJ Hum, Mano Brown, Karol Conká, MC Sophia, Dexter, Emicida, Marcelo D2, Projota e muitos outros, o filme é mais do que um encontro entre gerações, é um mapa de onde veio e para onde vai o gênero no Brasil.
Esta é uma banda Made in Brazil
(Egler Cordeiro, Brasil, 2017, 93 min)
A banda paulistana Made in Brazil está no Guinness: é o grupo com o maior número de formações na história do rock mundial. Também, não é à toa, desde o final dos anos 1960, os irmãos Oswaldo e Celso Vecchioni já dividiram palcos e estúdios com mais de 200 agrupamentos de músicos diferentes.
Uma história recheada de rock’n’roll, um pouco de drogas e muito amor à música.
Speedfreak$: Psicopata Camarada
(Rafa Porto, Brasil, 2021, 45 min.)
A história de um dos principais rappers do país é contada através de entrevistas exclusivas e materiais raros e inéditos. O documentário mergulha, a partir de fragmentos da vida e obra de Cláudio Márcio de Sousa Santos, o Speedfreak$, nos oferecendo uma experiência visual e musical de sua memória.
Ventos que Sopram Maranhão
(Neto Borges, Brasil, 2020, 80 min.)
Zeca Baleiro nos guia nesta viagem musical a seu estado natal. Com depoimentos e performances de artistas locais de diversos gêneros musicais, descobrimos um painel sonoro pulsante e pouco explorado.
Entre localizações emblemáticas e parcerias musicais inéditas, o filme nos leva ao cálido som do Maranhão.
Curta um Som
Anti-corpos -pieces of queer tour
(Brunella Martina, Brasil, 2020, 20 min.)
A banda Anti-corpos volta de Berlim para fazer uma excursão pelo Brasil com um objetivo claro: posicionar-se politicamente em tempos que o país flerta com ideais reacionários.
Esse é o meu corre
(Arcelino Batista dos Santos, Brasil, 2019, 23 min.)
Naelson sonha em viver de rap, mas para alcançar seu objetivo, vende balas em ônibus no Distrito Federal, corta cabelos na garagem de sua mãe e ainda trabalha à noite em uma distribuidora de bebidas
João Bosco e Aldir Blanc. Parceria é isso aí.
(Pedro Pontes, Brasil, 2021, 18 min.)
João Bosco e Aldir Blanc construíram uma das mais sólidas parcerias musicais do país. Neste curta metragem, vemos João visitando a casa de Aldir para apresentar uma nova canção. Juntos, eles relembram sua trajetória de 40 anos repletas de canções que estão na memória dos brasileiros.
Noite de seresta
(Sávio Fernandes e Muniz Filho, Brasil, 2019, 19 min.)
Katia Blander tem um trabalho importante nas noites de sexta-feira: ela é responsável por animar os karaokês da cidade, quebrando o gelo e incentivando os frequentadores a assumir o microfone.
Raízes – Um Piano na Amazônia
(Carla Ruaro, João Santos e Tatiana Cobbett, Brasil, 2018, 29 min.)
A pianista Carla Ruaro e sua equipe partem em uma missão: içar um piano em um barco e atravessar a Amazônia, para visitar comunidades ribeirinhas e proporcionar a seus moradores um primeiro contato com o instrumento.
Shirá
(Ary Diesendruck, Brasil, 2021, 27 min)
O ano é 1812. Em uma pequena cidade no interior da Ucrânia, o rabino Nachman de Breslav pede, em seu leito de morte, que seus seguidores se reúnam no Ano Novo Judaico para celebrar a alegria pois “o judaísmo só é pleno com alegria”. Aqui acompanhamos uma dessas reuniões, onde milhares de judeus se reúnem em festa e muita música.
Tambor ou Bola
(Sérgio Onofre, Brasil, 2019, 24 min.)
O percussionista quilombola, Wilson Santos é fundador da Orquestra de Tambores e dedica parte de sua vida à música e ao trabalho de difusão da percussão popular como ferramenta para inserção social de jovens da periferia.
Texas Carlos Massacre
(Gurcius Gewdner, Brasil, 2021, 35 min.)
Orientado por seu médico (ou seria por vozes em sua cabeça?) um jovem diretor recebe uma missão: ir até o Texas para fazer um roadmovie abstrato (“Filma sem foco! Foco é coisa de recalcado!”) sobre o Housecore Horror Festival of Film and Music, festival que reúne cinema e música extrema.
A Viagem de Ebrima
(Iago Seoane, Rudá Rosa, Portugal, 2019, 14 min.)
Mbye Ebrima nasceu na Gâmbia e vive em Lisboa. Membro de uma dinastia griô, ele usa seu instrumento, a kora, para transmitir o conhecimento adquirido através de gerações e gerações de griôs. Para cumprir sua missão, ele cria um festival para difundir o instrumento e também reflete sobre a condição de imigrante.
Serviço:
In-Edit Brasil – 13º Festival Internacional do Documentário Musical
De 16 a 27 de junho.
@ineditbrasil