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Crítica: Amor e Monstros (Netflix) - Dylan O'Brien como Joel e o cachorro
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Crítica: Amor e Monstros (Netflix)

“Amor e Monstros” é uma diversão despretensiosa que sabe bem o que é.

Ficha técnica:
Direção: Michael Matthews
Roteiro: Brian Duffield, Matthew Robinson
Nacionalidade e Lançamento: Estados Unidos, 14 de abril de 2021 (Netflix)
Sinopse: Após sete anos do apocalipse dos monstros, Joel Dawson (Dylan O’Brien) consegue se reconectar via rádio com Aimee (Jessica Henwick), sua namorada da época de escola, e a paixão ressurge. Mesmo com ela vivendo a quase 130 km de distância, Joel percebe que não há nada que o prenda ao subterrâneo e resolve ir em busca de Aimee, apesar de todos os perigos que possam aparecer em sua jornada.

Elenco: Dylan O’Brien, Jessica Henwick, Michael Rooker, Dan Ewing, Ariana Greenblatt, Ellen Hollman.

Não tem como não se lembrar de Zumbilândia nos primeiros minutos de “Amor e Monstros”. O tom jocoso com uma situação absurda de mundo pós-apocalíptico se assemelha ao que o personagem de Jesse Eisenberg faz na comédia de zumbis. Neste filme de monstros, no entanto, a comédia é menos escrachada e a trama é menos violenta.

“Amor e Monstros” se sai bem por não ser pretensioso e demonstra isso ao criar uma atmosfera bem-humorada que afasta o protagonista de quaisquer riscos. Com ajuda do carisma de O’Brien, confortável na persona do rapaz desastrado, logo já compreendemos que se trata daquela tradicional aventura que promete dar maturidade ao protagonista enquanto ele vai do ponto A ao ponto B.

O que faz com que “Amor e Monstros” ganhe pontos é o fato de vermos um pouco do drama do protagonista ser explorado devidamente, com direito a flashback de cenas que seriam traumatizantes para qualquer um. Aliás, dramaticamente o filme se destaca por realmente dar valor a pormenores do dia a dia dos personagens (como o estilo de vida de Aimee e as relações entre Joel e seus amigos), garantindo assim uma verossimilhança que demonstra que os criadores pensaram muito bem no cenário que criaram.

Não que “Amor e Monstros” seja um primor irretocável. Há algumas conveniências de roteiro que o enfraquecem (como o cachorro sumindo e reaparecendo na melhor hora) e algumas repetições de frases que subestimam o espectador (como os ensinamentos sobre os olhos dos monstros ou as plantas medicinais, murmurados por Joel como se não pudéssemos nos lembrar). Ainda assim, podemos ver como o filme usa de forma eficiente os elementos que apresenta, promovendo assim uma recompensa para tudo que é construído anteriormente – é o famoso “setup” e “payoff” feito de maneira correta.

Podemos acrescentar também os momentos em que o filme, ao não explicar detalhes, permite que o espectador mergulhe no mundo criado e na trama apresentada: se não sabemos nada sobre o vestido vermelho do cachorro, é porque sabemos exatamente o que o protagonista sabe, assim como vamos entender mais sobre o robô Marv1s quando ele realmente aparece.

Com atuações convincentes, incluindo a desenvolta Ariana Greenblatt (que faz a jovem Gamora em Vingadores: Guerra Infinita) e um cachorro que atua melhor que muito ser humano, o filme ainda traz efeitos especiais bem realizados (merecidamente indicados ao Oscar).

“Amor e Monstros” é uma diversão que poderia muito bem ter feito sucesso nos cinemas, mas ao menos consegue nos distrair com um mundo um pouco mais impensável em relação ao que temos no momento.

Só espero que a mensagem final não seja interpretada como um convite errado para que as pessoas ignorem as medidas de distanciamento social.

  • Nota
3

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