7 filmes da corrida do Oscar que você precisa ver!
A corrida do Oscar está aí: a premiação é dia 25 de abril. Foi adiada, e nem vou explicar o motivo porque todo mundo já sabe.
E por mais que tenha sido uma temporada bem diferente do que estávamos acostumados (nossa, por que será?), o fato é que há ótimos filmes indicados nas mais diversas categorias, e muitos estão disponíveis em serviços de streaming ou video on demand.
Então, decidi listar alguns ótimos filmes que valem a pena ser vistos.
Meu Pai
O longa de Florian Zeller, com Olivia Colman e Anthony Hopkins, é uma primazia técnica e emoção à flor da pele. O filme consegue colocar o espectador próximo de um homem cuja idade o levou a uma enorme confusão mental. Tudo é minuciosamente pensado: a cor das paredes, os detalhes das roupas, os diálogos.
“Meu Pai”, já disponível para aluguel on-line, faz o espectador entrar na mente de um idoso que sofre a deterioração mental da idade. Seu trunfo está no fato de fazer com que nós tenhamos as mesmas percepções dele.
No fim, sofremos com o choro do protagonista, ao mesmo tempo em que entendemos as decisões de sua filha.
Crip Camp: Revolução Pela Inclusão
Famoso por ter como produtores executivos o casal Barack e Michelle Obama, o filme “Crip Camp: Revolução Pela Inclusão” volta no tempo e relata a história de um antigo acampamento destinado para pessoas com deficiência. Em sua viagem ao longo de algumas décadas, o filme mergulha no movimento dessas pessoas por seus direitos.
No fim das contas, Crip Camp relaciona a luta política com o acolhimento. Aquelas pessoas, que quando jovens tiveram carinho e amizade, encontraram forças para participarem da luta política. Não fosse o acampamento, talvez essas pessoas não teriam conquistado o sentimento de pertencimento, que é fundamental para que se acredite em um futuro melhor.
O filme é uma produção da Netflix.
The Letter Room
Engraçado, tocante e curioso. É assim que posso definir o curta “The Letter Room”, dirigido por Elvira Lind e protagonizado por Oscar Isaac. A história de um agente carcerário que começa a ter que “filtrar” as cartas aos presos nos leva a uma jornada de compreensão e humanidade. O filme consegue dar graça e leveza a um ambiente que envolve condenados no corredor da morte, provando que tudo é possível no cinema quando se tem sensibilidade.
O filme está disponível para compra no Vimeo.
Feeling Through
Disponível no Youtube, o curta ficcional “Feeling Through” é interessante por contar com um personagem (e ator) surdo e cego. Pessoas com essa condição costumam ficar bastante afastadas da sociedade, e o filme explora isso ao mesmo tempo em que conecta os personagens em uma história aparentemente corriqueira, mas bastante profunda.
O curta-metragem é enriquecido se for acompanhado do pequeno documentário sobre a gravação do filme, que conta como ele foi pensado e explora a história real que inspirou a produção.
É um exercício acalentador de inclusão.
Bela Vingança
Indicado ao Oscar de Melhor Filme e outras categorias importantes, o filme de Emerald Fennell é um soco no estômago. Daqueles que atordoam, nos deixam na ponta da cadeira, ansiosos pelo que pode vir a seguir.
Cassie (Carey Mulligan) é uma mulher que sai à noite e se finge de bêbada para flagrar homens abusivos e fazer justiça com as próprias mãos. Mas suas motivações por trás disso, bem como algumas descobertas, fazem com que os resultados sejam inesperados.
O assunto abordado, as frases ditas pelos personagens e a maneira tensa com que Fennell realiza as cenas é algo impactante, fazendo com que o filme funcione como catarse para muitas mulheres.
Dois Estranhos
O curta-metragem Dois Estranhos, disponível na Netflix, é um tapa na cara. Mas antes de ser um tapa na cara, é também um dia da marmota politizado. Para discutir a violência policial contra os negros, “Dois Estranhos” é sarcástico, mas também contundente.
A “cena do sangue” merece aplausos, e o texto final é para emocionar – e fazer refletir.
Collective
O documentário romeno sobre o escândalo de corrupção envolvendo hospitais no país europeu se destaca pela forma crua com que retrata os acontecimentos. Não há firulas, não há elementos narrativos que saiam do simples registro de uma câmera silenciosa. Com isso, o documentário chama atenção do espectador para os fatos revoltantes do caso. A produção é praticamente uma antítese do brasileiro “Democracia em Vertigem”, indicado no ano passado: o filme de Petra Costa é cheio de subjetividades, narrado pela documentarista, trilha sonora influente. Em “Collective”, a presença do narrador está apenas subjacente à câmera, e nada mais – nem mesmo trilha sonora.
Fica a cargo de nós, espectadores, nos revoltarmos com a corrupção, com a situação do jovem Ministro da Saúde tentando resolver os problemas, e com um final que nos faz lembrar do verdadeiro motivo de tudo.