Crítica: Subterrânea (24ª Mostra de Cinema de Tiradentes)
Subterrânea - Mostra de Cinema de Tiradentes
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Crítica: Subterrânea (24ª Mostra de Cinema de Tiradentes)

Subterrânea mistura o experimental com a investigação e ares de documentário para fazer crítica social diversos outros apontamentos artísticos.

Ficha técnica:
Direção: Pedro Urano
Roteiro: João Paulo Cuenca
Nacionalidade e Lançamento: Brasil, 22 de janeiro de 2021 (24ª Mostra de Cinema de Tiradentes)
Sinopse: Uma professora da UERJ e seu sobrinho seguem em uma jornada pelos subterrâneos do Rio de Janeiro, onde encontram diversos mistérios que remetem à história apagada e submersa da cidade.

Elenco: Silvana Stein, Negro Leo, Clara Choveaux, Helena Ignez, Cabelo Cobra Coral, Alexandre Dacosta.

O jovem estudante analisa o céu e grava no celular descrições do dia: as nuvens opressoras e o céu azul guiam seu humor e o conectam com o que vem dele: as pedras dos meteoritos que caem na Terra e são analisadas por sua tia, que também é sua professora na universidade.

Mas o que seria nosso planeta senão uma grande rocha girando em torno do sol?

Apoiado no fato de que conhecemos mais o que está nos céus do que muito do que temos debaixo do chão, “Subterrânea” mergulha o espectador em uma jornada curiosa, repleta de referências profundas, cenários reais e acontecimentos recentes que permitem-nos resgatar a história do Rio de Janeiro.

Com diversos momentos que remetem a um documentário, “Subterrânea” é também poético e mistura elementos reais com fictícios. Há fantasia e alucinações que servem de devaneio para reflexões sobre as mudanças na geografia de uma cidade ao longo dos séculos. O debate também é social: as favelas, as casas retiradas do povo, o poder da Companhia de Jesus.

Ao mesmo tempo em que sua narrativa é carregada de subtextos e cenas cujo absurdo nos permite refletir sobre as metáforas, o filme também é didático em diversos diálogos, já que a personagem vivida Silvana Stein faz questão de declamar informações das mais variadas – chegando a dizer cerca de três vezes qual o símbolo que vemos em diversos momentos.

Com isso, “Subterrânea” se propõe a misturar ficção com documentário, filme-denúncia com mensagem poética. Fala bastante, explica um tanto, alegoriza outros tantos… numa inconstância que só não é mais inquietante que as perguntas que o filme nos oferece. Afinal, quem é dono do que está debaixo da terra? Há muitos elementos. A maioria deles, cabe ao espectador amarrar. Ou, quem sabe, deixá-los soltos.

  • Nota
3

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