14º CineBH - 5 Curtas Para Você Curtir no Feriadão - Cinem(ação)
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14º CineBH – 5 Curtas Para Você Curtir no Feriadão

República, 5 Estrelas, Extratos entre outros confira o melhores curtas do CineBH.

Em todo grande festival, além de grandes filmes, os curtas são um grande destaque. Visto que muitos deles, só temos a oportunidade de assistir nesses festivais. E no CineBH não é diferente! A Mostra de Cinema de Belo Horizonte conta com 35 curtas diferentes na sua seleção. Nesse texto vocês conferem os melhores que eu assisti e aconselho vocês fortemente a buscarem! Lembrando que esses curtas ficam disponíveis até dia 02/11 às 23:59 no site do CineBH.

República
Curtas República

Dirigido por Grace Passô, República, é o melhor curta que eu assisti na Mostra de BH. No filme, de apenas 15 minutos, numa noite, uma brasileira desperta num país exausto de atos violentos. República é um curta-metragem realizado em casa, no início da quarentena de 2020, no Centro da cidade de São Paulo, no bairro República.

Dirigido por Grace e protagonizado pela própria, em 15 minutos de tela vemos uma realidade distópica bem próxima a nossa realidade. Não posso falar muito porque senão estrago a experiência, mas o que posso dizer é que o que vemos é uma reflexão da nossa realidade. Seria um sonho? Seria uma realidade? O Brasil que conhecemos é o mesmo Brasil de alguns anos atrás? Todas essas perguntas são feitas, e embora não sejam respondidas, te levam a reflexão, que é mais importante do que responder. Poderoso, direto e reflexivo, com uma atuação fantástica de Grace, República é uma das melhores produções que assisti no CineBH e talvez até desse ano! Vale muito a pena conferir.

Nota: 5 claquete

Coisas Úteis e Agradáveis
Curtas Coisas Úteis e Agradáveis

Ao lado de 12 Pessoas com Raiva, Coisas Úteis e Agradáveis, de Germano Melo e Ricardo Alves Jr., foi o filme de abertura do CineBH. O filme, exibido em pré-estreia mundial, é livremente inspirado no conto As Cartas de Amabed, de Voltaire, e é uma adaptação de um monólogo teatral criado pelo próprio Germano. O filme é um monólogo, onde um indiano revela suas descobertas sobre a religião e o poder ocidentais.

O filme é dividido em capítulos, cada um deles conta através de narração a história de Ravi (Germano Melo) e sua descoberta do ocidente. E através de sua narração conhecemos sua história e a sua descoberta da força, intolerância e hipocrisia ocidental, até aquele momento desconhecida pelo mesmo. O filme acaba por fazer um paralelo em muitos níveis com a nossa realidade. Com uma fotografia escura e iluminação sendo feitas com velas, Germano te convida a olhar para si mesmo e para nossa realidade. Ele provoca a discussão, e em uma atuação limpa e cheia de emoção, vemos uma obra que conversa perfeitamente com nossa realidade mesmo sendo baseado em um texto do século XVII.

Nota: 5 claquetes.

5 Estrelas
Curtas 5 Estrelas

Dirigido por Fernando Sanches, e com Gilda Nomacce e Luciana Paes, 5 Estrelas, é um thriller que mostra até onde vai a nosso preconceito e desconfiança. No filme Katia Fontinelle é uma talentosa atriz de teatro que pede um Uber para ir para uma festa no interior, em um sábado à noite. Para a sua surpresa a motorista é uma mulher, a viagem segue tranquila até que coisas estranhas começam a acontecer e o que era pra ser uma viagem tranquila se transforma em uma noite de terror.

O filme flerta com o suspense e o terror, e tem toques hithcockianos, para contar uma história que além de falar sobre preconceito, fala sobre o lugar da mulher da sociedade e a violência contra ela. Além disso, fala sobre os artistas que muitas vezes são resumidos as memes e toda sua carreira é esquecida. Com uma fotografia soturna e trilha sonora forte, 5 Estrelas tem todo um clima de tensão, que vai do início ao fim. Com um senso de humor ácido e um final imprevisível, o filme mostra a que veio. Ele funciona sozinho, mas também como um teaser para o filme As 7 Pecadoras, do próprio Fernando, ainda em fase de pré-produção.

Nota: 4 claquetes.

Do Pó ao Pó

Curtas experimentais é o que não faltam no CineBH desse ano, mas resolvi destacar esse. Do Pó ao Pó é um curta experimental dirigido por Beatriz Saldanha e feito durante a quarentena da pandemia. A descrição do curta é: A rotina é morte em vida.

Através de imagens aleatórias o curta mostra a rotina de alguém em quarentena. Através de imagens e sons, a diretora faz uma reflexão sobre a a rotina de alguém em quarentena e de quem acha dela uma piada. Piada essa que os deixa de mão sujas pelas vidas perdidas. O curta é uma experiência reflexiva sobre a pandemia, quarentena, rotina, vida e morte.

Nota: 4 claquetes.

Extratos

Dirigido por Sinai Sganzerla, filha do diretor Rogério Sganzerla e da atriz Helena Ignez, Extratos é um curta documentário que através de imagens feitas por seu pai e sua mãe entre 1970 e 1972 nas cidades nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Londres, Marrakech, Rabat e na região do deserto do Saara, quando ambos foram exilados do Brasil devido a Ditadura Militar e os anos de chumbo.

Através dessas imagens de arquivo e com narração de sua mãe, Sinai faz um belíssimo curta em que mostra como mesmo em meio a situações difíceis e complexas é possível ter esperança, por mais difícil que isso possa parecer. O curta Extratos passou em diversos festivais incluindo o Festival de Gramado desse ano, além de ter sido indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de Melhor Curta Documentário. Ano passado Extratos recebeu o Prêmio Especial do Júri no 29º Festival Curta Cinema – Rio de Janeiro e recebeu Menção Honrosa do Júri Cine França Brasil no 8º Festival Curta Brasília. Em abril desse ano ele recebeu o prêmio de Melhor Curta Documentário na 1ª edição do Focus Doc Indie Film Festival.

Nota: 5 calquetes.

Bônus Mostra Cidade em Movimento

Embora no título desse texto eu falei de 5 curtas, resolvi destacar outros 3 curtas do CineBH. Esses 3 curtas, fazem parte da Mostra Cidade em Movimento em que foram selecionados filmes feitos em BH e região metropolitana e visa, entre outras coisas, dialogar com a vivência urbana diante de contextos sociais propostos pela curadoria, como a pandemia e a diversidade.

Aqui, Nem Eu

Meu primeiro destaque vai para Aqui Nem Eu, dirigido por Gustavo Aguiar, Gustavo Koncht, Raiana Viana e Maria Flor de Maio. No filme conhecemos a garota Laura, que em meio a pandemia de Covid-19, se recusa a atender o telefone.

Pode parecer um tema muito simples, e é. Mas é nessa simplicidade e no passear da casa que conhecemos a rotina de Laura, que esconde algo. Algo que fica implícito, e nos faz refletir no que muitos passam e tem passado nesses dias de pandemia.

Nota: 3 claquetes.

Destino

O 2º curta belorizontino da lista é Destino, de Matheus Gepeto. Nesse curta, vemos o encontro consigo, com o outro e com o Horizonte. Aqui o tempo e espaço misturam-se quando temos a consciência de que precisamos lutar para gerar mudanças futuras, afinal a eternidade existe no instante.

Embora ele esteja classificado como ficção, eu o considero experimental. Principalmente pelo tema abordado e a forma como foi filmado. Outro curta que nos leva a reflexão e ao pensamento de onde estamos, para onde vamos e qual é o nosso papel na sociedade.

Nota: 4 claquetes.

Babi e Elvis

O último curta dessa lista é o documentário Babi & Elvis, de Mariana Borges. O curta conta a história de um casamento que se tornou notícia de jornal. A trans e ex-moradora de rua, Bárbara Vieira, ou simplesmente Babi, e Elvis Soares se casaram num bar no centro da capital mineira. O curta retrata o antes, durante e depois da cerimônia que foi acompanhada por dezenas de pessoas.

O curta mostra com leveza, sensibilidade e naturalidade o amor entre duas pessoas, que estão a margem da sociedade. É impossível não se emocionar ao ver o amor e alegria de todos ali presentes, em especial de Babi, ao ver a união de um homem e uma mulher que se amam.

Nota: 4 claquetes.

Esses 5 curtas além dos outros 30 estão disponíveis no site oficial do CineBH.

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