Crítica: Walden – 44ª Mostra de São Paulo
Walden é uma coprodução entre França e Lituânia dirigido por Bojena Horackova. O longa é um romance, que se passa na cidade de Vilnius, capital da Lituânia, alguns anos antes do fim da União Soviética. E eu fico impressionado como o cinema do leste europeu se prende a falar sobre esse período da história. Não vejo problema nenhum em realizar essa abordagem, porém são poucos que obtém bons resultados, caso do longa Guerra Fria.
A premissa é a seguinte,: uma mulher retorna a Vilnius, após 30 anos de exílio em Paris. Seu desejo é encontrar o lago onde ia na adolescência com Paulius seu primeiro amor. Para chegar até seu objetivo, o filme mergulha em lembranças e cenas do passado da jovem lituana. Fazendo constantes críticas ao partido comunista e a falta de liberdade. Além de tentar mostrar como a sociedade daquele período, principalmente os jovens, não tinha perspectivas de futuro.
É a mesma história de sempre: a premissa é boa, já a execução. Walden é repetitivo, com cenas e mais cenas dos jovens se encontrando na porta da escola. Fazendo breves críticas ao partido, breves flertes e as constantes idas aos lagos da região.
As interpretações são fracas e o romance não funciona. Se a ideia era mostrar a perseguição do regime aos desertores e pessoas envolvidas com atividades ilícitas no país – caso de Paulius, que realizava câmbio ilegal –, ela não funciona em nenhum aspecto.
O espectador sabe desde o início que Paulius esteve preso e que ela foi morar na França. E a narrativa tende a contar como isso aconteceu, até criando na mente do espectador um a expectativa de um reencontro de ambos. Em suma, temos um final broxante, o qual deixa diversas perguntas e pontas soltas. Um dos filmes mais fracos até o momento.