Crítica 2: Sibéria – 44ª Mostra de São Paulo
Ame ou odeio Abel Ferrara. Escolha seu lado. Eu escolho o meu, fico no time de Willem Dafoe. É impressionante como este ator consegue dar vida e cor a histórias que, em mãos erradas não sairiam nem do papel.
Se você ainda não assistiu Sibéria, já lhe aviso que é preciso mergulhar de cabeça (não sei exatamente onde), ou ficar completamente perdido assim como o personagem Clint.
Sibéria não é um filme para ser entendido. Os mais fissurados irão amar e venerar. Também existe o time que defende a ideia que um filme não deve ser explicado, e que, se foi preciso pesquisar sobre o filme para tentar entender é porque ele não atingiu seu objetivo. O que você me diz?
Vou manter meu posicionamento e ficar com mais uma ótima atuação de Dafoe. O qual parece ter uma aptidão para papéis que lhe exijam uma viagem pelo inconsciente da cabeça do homem. E acredito que Dafoe está completamente feliz fazendo filmes como Sibéria. Basta ver as diversas cenas de sexo em que o ator participa.
Em suma, Sibéria é uma aventura interior. Uma autodescoberta que Clint vai em busca nas montanhas geladas. Tive uma dificuldade até compreender a que ponto a trama pretendia chegar. Com cenas mesclando a calmaria e insanidade a narrativa é praticamente psicodélica.
Há quem admire esse tipo de cinema experimental e se sinta instigado a refletir por um lado psicológico. Eu preciso ficar apenas com a atuação de Dafoe.