Precisamos falar sobre A Nova Onda do Imperador
Um dos filmes da Disney mais problemáticos que quase não saiu do papel e sofreu com mudanças de roteiro poucos meses antes de ser lançado. Fiasco ou sucesso? Precisamos falar sobre A Nova Onda do Imperador
Já fazem 20 anos desde a sua estreia e quem imaginaria que essa animação foi uma grande dor de cabeça para o estúdio. A primeira ideia foi um musical épico, chamado de Kingdom of the Sun (O Reino do Sol), que começou a ser desenvolvido em 1994 com uma história similar ao conto do Príncipe e o Mendigo (aquela trama parecida com Operação Cupido).
Basicamente, 20% da animação já estava pronta, sendo mostrada ao público em exibições teste que recebeu muitas críticas negativas da audiência, então, os executivos da Disney decidiram mudar tudo o que já havia sido feito, eles preferiam uma comédia “pastelão” que desse certo, do que um filme grandioso decepcionante.
Todos esses problemas foram detalhados no documentário The Sweatbox, documentário que mostra os bastidores das mudanças sofridas pelo filme.
Diminuíram a quantidade de personagens, abandonaram a ideia o musical, focaram a história em um jovem imperador mesquinho e em seu caminho para redenção e deixaram apenas uma música no filme. Adicionaram mais piadas e trejeitos aos personagens que restaram e, aos poucos, chegaram ao filme que assistimos
Sua estreia não foi ruim, mas não atingiu o esperado pelo estúdio, mesmo assim o filme é um dos queridinhos dos brasileiros, graças a um time de dublagem recheado de talentos: Selton Mello, Humberto Martins, Marieta Severo e Guilherme Briggs. Tais performances são elogiadas até hoje, se encaixando como um filme que é melhor assistir dublado do que legendado.
Mesmo com grandes conflitos em seus bastidores, A Nova Onda do Imperador relembra as eras antigas da Disney, nos faz perguntar para onde foram os filmes inteiramente em 2D, um estilo cartunesco que enche os olhos e provou ser um grande sucesso do estúdio com Rei Leão, Bela e a Fera e Aladdin, por exemplo, histórias que não pereceram mesmo com suas versões Live-Action.
Comédia, personagens marcantes, 2D, uma dublagem excepcional, quebra da quarta parede, há 20 anos nos encantamos com Kuzco, Yzma, Kronk e Pacha, a animação sinônimo de problema que ajudou a Disney a encontrar o seu caminho e voltar a sua era de ouro.