Crítica: Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019) - Sem Spoiler
Star Wars: A Ascensão Skywalker
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Crítica: Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019) – Sem Spoiler

Este texto NÃO tem spoiler de Star Wars: A Ascensão Skywalker. Para uma análise com spoiler veja este texto

Se tem uma coisa que Star Wars: A Ascensão Skywalker faz de bom é ter pequenos momentos que acariciam os fãs: aparições, referências e algumas explicações (até demais, eu diria…). Essa nova trilogia sabe da importância que a saga tem e, ao mesmo tempo que passa o bastão para a geração mais nova, presenteia aqueles que acompanham há 40 anos. Mas para além dos fanservices, pouco resta de elogioso.

Aliás, na ânsia de tentar agradar a todos e responder algumas críticas dos filmes anteriores (filmes estes que julgo perto de impecáveis – veja aqui a minha crítica de Os Últimos Jedi), resulta em um longa apressado, cheio de ação vazia e apelos à emoção. J.J. Abrams erra a mão feio aqui.

Logo no tradicional letreiro inicial temos a notícia que Palpatine está de volta e ele está organizando uma nova ordem, a Ordem Final. Então a resistência tem um novo/velho inimigo para lidar. Para tal, nossos heróis pulam de planeta em planeta atrás de meios de encontrá-lo. E não há muito para se dizer fora esse movimento de ir do ponto A ao B.

A sensação típica de sequências de termos a mesma ameça só que maior e mais poderosa é vista aqui. O que deixa aquele gosto de já vi isso antes… Cada vez que um missão era resolvida para tentar chegar no objetivo ou cada vez que víamos a ameça crescente, eu não sentia alegria junto com os personagens ou temia pelo pior.

Há uma decisão de roteiro envolvendo um personagem que é a síntese do filme: o que era pra ser o ápice de emoção não tarda para ser cortado, dando um banho de água fria. Essa lógica ocorre mais de uma vez. Enfraquecendo um momento capital no último ato. Aliás, outra emoção torta é a necessidade de fazer uma piadinha após, ou durante, um momento triste. Aprenderam mesmo com a Marvel….

Por falar em enfraquecer, falta equilíbrio em vários momentos. Há duas cenas que a montagem não poderia ter deixado tão juntas, envolvendo dois personagens queridos e diálogos marcantes. São dois encontros que poderiam ser melhor diluídos. Talvez a ideia seja mesmo criar uma paralelo, porém o efeito acada sendo o de esvaziar a segunda cena, como bem me apontou Marluce Ferreira.

E a montagem, quase sempre ágil na saga, aqui parece uma enceradeira. As cenas são alongadas e muitas delas inúteis ou criando coisas para dar uma falsa utilidade. Quem reclamou da cena do cassino no episódio anterior, vai lidar com vários “cassinos” aqui… Parte desse problema está na opção de manter o grupo unido em mais minutos que o comum. Assim, o foco fica só neles e satura.

As lutas terrestres e espaciais são pouco inventivas. Não há aquele momento épico ou diferente do que já vimos, seja uma invasão, uma batalha de sabre ou tiros nas naves… não consigo pontuar uma sequer que entrará para a história de Star Wars.

Sobre os personagens, Finn deixou de ser um alívio cômico para ser um grande nada. Poe ameaçou roubar o lugar de Kylo Ren nos pitis, mas acabou seguindo o amigo Finn na nulidade. Os demais nem merecem nota, um novo robô parece ter mais camadas que os humanos….

Só quem tem aprofundamento é Kylo Ren e Rey. Ainda assim, os arcos têm contornos óbvios e o que surpreende desagrada. Há duas opções que serão muito questionadas, uma delas fundamental para o todo da série.

Star Wars: A Ascensão Skywalker é uma decepção nível Episódio I.

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