Crítica: Fotógrafo de Guerra – 43ª Mostra de São Paulo
Fotógrafo de Guerra é um documentário dinamarquês representativo do posicionamento do país diante dos problemas do mundo.
Ficha técnica:
Direção: Boris B. Bertram
Nacionalidade e Lançamento: Dinamarca,
19 de setembro de 2019
Sinopse: O fotógrafo de guerra
Jan Garup precisa equilibrar sua vida entre cobrir conflitos e cuidar de sua
família, especialmente agora que a mãe de seus filhos está doente.
Elenco: Marie Bitsch-Larsen, Elias Sekjær Grarup, Marikka Sekjær Grarup, Olivia Sekjær Grarup, Jan Grarup.
“Tenho quatro filhos e eles precisam de mim. Preciso ganhar dinheiro para eles”. A frase dita pelo fotógrafo dinamarquês Jan Garup é uma pequena síntese do documentário “Fotógrafo de Guerra”, que tem o objetivo de acompanhar um período delicado na vida do fotógrafo.
Intercalando cenas pacíficas – ainda que repletas de problemas pessoais – na Dinamarca com chocantes imagens feitas principalmente no oriente médio, “Fotógrafo de Guerra” fala mais sobre o personagem que sobre a guerra, mas também serve como uma denúncia indireta. No entanto, se pensarmos na frase dita pelo protagonista, é curioso pensar em como situações horríveis podem se tornar o ganha pão de uma família em um país bem longe dos conflitos.
Por falar em “longe dos conflitos”, é interessante pensar em um paradoxo que o longa traz: ao mesmo tempo em que os problemas dos dinamarqueses não deixam de ser problemas apenas porque há países em guerra, é um pouco arrogante que a vivência do fotógrafo no front não pareça influenciá-lo em sua vida. Até a forma como ele lida com as fotos (belíssimas) que faz nos países em conflito é tão distanciada da realidade que é como se ele tivesse duas vidas, ou pelo menos uma carapaça (e um momento com seu médico é especialmente chocante quando ele não acredita estar estressado).
Por ser um documentário observacional, o filme se perde em algumas tramas a serem contadas: é mais natural, porém menos empolgante.
Summary
Fotógrafo de Guerra fala mais sobre o personagem que sobre a guerra, mas também serve como uma denúncia indireta.