Crítica: Ecos – 43ª Mostra de São Paulo - Cinem(ação)
Ecos - 43ª Mostra de Cinema de São Paulo
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Crítica: Ecos – 43ª Mostra de São Paulo

Ecos” é um filme extremamente inconstante em suas cenas – o que leva a muitos pequenos bons momentos.

Ficha técnica:
Direção: Rúnar Rúnarsson
Roteiro: Rúnar Rúnarsson
Nacionalidade e Lançamento: Islândia, 21 de novembro de 2019 (11 de agosto de 2019 no Festival de Locarno)
Sinopse: Mais de 50 cenas independentes mostram momentos dos mais variados na Islândia em plena época de Natal.

Elenco: Sigurmar Albertsson, Bent Kingo Andersen, Sif Arnarsdóttir, Ari Arnarson, Finnur Arnar Arnarson.

Filmes que se propõe a mostrar diversas histórias tendem a ser inconstantes. Um longa com mais de 50 cenas, que variam de poucos minutos a poucos segundos de duração, parece elevar isso à máxima potência. Ao longo dos 80 minutos de “Ecos”, há momentos belíssimos, mas também há coisas inconstantes. Focado em mostrar um retrato de seu país, o diretor Rúnar Rúnarsson (já indicado ao Oscar pelo curta The Last Farm) certamente consegue mostrar elementos que são orgulho nacional. Há uma cena em que policiais buscam por refugiados em uma igreja enquanto islandeses tentam protege-los de voltarem aos seus países. Há uma cena com um usuário de drogas buscando apoio e recebendo não apenas seringas novas como também um presente e proposta de companhia para o Natal, uma clara mensagem de um serviço de saúde invejável no país.

Há também cenas de crítica social, como a de uma construção sem trabalhadores devido a uma greve, e de uma casa antiga sendo queimada, com seu dono alegando que é mais barato fazer uma “pré-fabricada” da Polônia. Particularmente, fiquei encantado com uma em que uma mulher limpa os vidros de um museu repleto de aves empalhadas: seus reflexos nos vidros multiplicam-na, como se ela representasse os trabalhadores do país. E uma cena de parto dificilmente foi encenada: tudo indica que é de fato um parto natural filmado.

“Ecos” seria um ótimo curta caso optasse por reduzir a quantidade – e o tempo – das cenas, ou talvez se tornaria mais interessante se tivesse alguma unidade, seja com personagens recorrentes ou algo que as conecte para além de ser tudo na Islândia.

Mas como propaganda funciona. Agora eu quero visitar a Islândia!

  • Nota
3

Summary

“Ecos” seria um ótimo curta caso optasse por reduzir a quantidade – e o tempo – das cenas, ou talvez se tornaria mais interessante se tivesse alguma unidade.

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