“El Camino” – (2019)
Quando fiquei sabendo que haveria de existir num futuro próximo uma continuação, ou mesmo, um capítulo de sequência de Breaking Bad fiquei realmente animado. Não sabia o que poderia vir a acontecer no enredo, mas sempre torci para que Walter White voltasse com vida pra nos emblemar com sua pequenez grandiosa como produtor de metanfetamina.
Por conseguinte, acredito que tal sentimento de espera e de ansiedade pela volta do ex-professor de química à sua vida de drug dealer, penso eu, faz sentido já que a própria série deixou reticências quanto a uma possível continuação – não que houvesse algo concreto, porém, é como sempre percebi. Quando fiquei sabendo da disponibilidade de El Camino no Netflix guardei um tempo pra mim, assim como fazia quando parava pra assistir Breaking Bad, o qual transformava minha noite em dia e meu sono em pequenas olheiras.
Bom, fiquei atento e decidi assistir.
El Camino, primeiramente, diz respeito ao carro de Jesse Pinkman. O significado seria “O Caminho”; mas, que caminho? Quando li o título do filme realmente pensei que como tal, estivesse relacionado com um tipo de road-movie ou uma sequência de ação bem aprimorada e, de fato, acabou por não ser nada disso. Ademais, pelo contrário, a narrativa é lenta e apresenta diálogos simplórios sem qualquer tipo de requinte ou reflexão. Sem mencionar a presença de personagens caricatos que tinham um papel para lá de interessante em Breaking Bad, já El Camino, perdem força, necessidade e não apresentam algo de comum com Pinkman, isto é, a relação deles ficou no passado, não cola mais.
A demasiada lentidão e a falta de caminho de Jesse – perdido sem saber o que fazer na cidade de Albuquerque – acabaram por transitar o filme num ambiente de desânimo, letargia e de mesmice. E ao passo que flash-backs começaram a ser parte importante da narrativa, ou inerente partida para que a estória pudesse ser contada, deste modo, acabei por perceber que aquilo não era um filme e, sim, uma tentativa de veicular mais um episódio de Breaking Bad, ou seja, uma péssima ideia. A tensão que era vivida pelos personagens na série comentada, em El Camino, desaparece por completo. Jesse não é o mesmo, não tem a mesma força. Acreditei, realmente, que por se tratar de um enredo escrito por Vince Gilligan, teríamos algo inovador e de impacto, contudo, o tiro saiu pela culatra.
Isto posto, posso relatar que o filme é desnecessário.
Bom, não vou filosofar a respeito do que é ou não necessário para que seja desta forma discutido num filme ou transformado numa película, mas como obra relativa a um personagem de uma série de tremendo sucesso, deste modo, afirmo sua indispensabilidade.