Crítica: Cavalos Roubados – 43ª Mostra de São Paulo
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Crítica: Cavalos Roubados (Ut og stjæle hester) – 43ª Mostra de São Paulo

Cavalos Roubados é um bom drama sobre um tema já explorado antes. Muitas vezes.

Cavalos Roubados está na programação de 43ª Mostra de São Paulo.

Ficha técnica
Direção: Hans Petter Moland
Roteiro: Hans Petter Moland (baseado no romance de Per Petterson)
Nacionalidade e Lançamento: Suécia, Noruega, Dinamarca, 9 de fevereiro de 2019 (Festival de Berlim), Outubro de 2019 (Mostra de São Paulo)
Sinopse: Trond (Stellan Skarsgård) se muda para uma tranquila casa no norte da Noruega a fim de viver sua velhice tranquilamente, mas acaba se encontrando com um velho conhecido, que lhe traz lembranças a respeito do seu passado.

Não é preciso explicar muito sobre “Cavalos Roubados” para perceber que trata-se de uma adaptação de um romance. A narração em off do protagonista e os “flashbacks dentro de flashbacks” são bastante típicos de romances baseados em memórias (mesmo que fictícias), nos quais o protagonista comumente analisa sua trajetória de vida, encontrando algum tipo de redenção.

Estrelado pelo famoso ator sueco Stellan Skarsgård, o filme passa a maior parte do tempo focado no período em que o protagonista tinha 15 anos e passava o verão com o pai em uma cabana afastada na mata. Ao longo da projeção, acompanhamos o vai e vem de períodos, incluindo uma vivência do pai do protagonista nos tempos da guerra, um pouco antes da trama principal.

Com um cenário de encantar os olhos, Hans Petter Moland consegue mostrar muito bem a interação dos atores com o ambiente, e nos presenteia com cenas belíssimas que incluem corujas em pleno voo, além de matas e rios cuja imagem congrega tanto a melancolia daquela lembrança quanto a tenacidade dos tempos retratados.

As boas atuações e a medida bem dosada de emoção não conseguem, no entanto, compensar a falta de originalidade nos temas e elementos explorados. Temos em “Cavalos Roubados” aquilo que temos em inúmeros outros filmes e livros: dificuldades de relacionamento em família, uma vida dura em um período difícil – ainda que nostálgico – e momentos de transformação que moldaram o protagonista. Lembra um pouco de “Dois Irmãos”, tem um ar de “O Filme da Minha Vida“.

“Cavalos Roubados” cita Dickens e fala sobre dor, o que é bonito. Apenas bonito.

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