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O Cinema de David Fincher

O diretor norte-Americano David Fincher (57 anos) não é o que poderíamos chamar de um realizador comum de filmes rotineiros. Grande parte de suas obras são de filmes que mexem com a imaginação do público. Produtos nada fáceis, feitos para fazer refletir por um bom tempo, o que vemos na filmografia de Fincher é o retrato do lado mais sombrio do ser humano, com o medo misturado a um fascínio provocador.

Tendo iniciado sua carreira como diretor, realizando clipes musicais de artistas como Sting, Madonna, Aerosmith, George Michael, Michael Jackson e The Rolling Stones, Fincher resolveu experimentar a narrativa ficcional dos longas-metragens.

Seu primeiro projeto na telas do cinema foi “Alien 3”. A terceira parte da Odisseia de Ellen Ripley (Sigourney Weaver) no espaço, ao lado das terríveis criaturas já filmadas por Ridley Scott em 1979 (“Alien: O Oitavo Passageiro”) e James Cameron (“Aliens – O Resgate”).não cativou o público nem a crítica. Longe de ser memorável como as duas primeiras partes, “Alien 3” não acrescenta muita coisa e, mesmo sendo indicado ao Oscar e BAFTA de Efeitos Visuais, sua história é pouco empolgante.

Seven – Os 7 Crimes Capitais (1995)

Foi em 1995 que Fincher demonstrou seu grande talento como diretor de obras fortes, com o tenso “Seven – Os Sete Crimes Capitais”. Estrelada por Brad Pitt e Morgan Freeman, a obra conta a História de dois detetives da polícia que trabalham juntos na investigação e caçada a um terrível serial killer que mata suas vítimas de acordo com os sete pecados capitais (imortalizados em textos como “A Divina Comédia” de Dante Alighieri). Com um final surpresa no mínimo espetacular, “Seven – Os Sete Crimes Capitais” é considerado por muitos o melhor trabalho de Fincher.

Vidas em Jogo” (1997) é um dos filmes menos conhecidos do diretor, mas não deixa de ser um trabalho competente e bem realizado. Michael Douglas e Sean Penn lideram o elenco. A história é sobre um homem que se vê em uma série de situações desconfortáveis, sem saber o que é real e o que não é, culminando em um desfecho inesperado e curioso.

O Quarto do Pânico (2002)

Clube da Luta” (1999), baseado na obra de Chuck Palahniuk, é um dos mais impactantes filmes dos anos 90 e um dos mais polêmicos dos últimos 20 anos. Crítica mordaz à sociedade, ao consumismo e ao capitalismo selvagem, Fincher desnuda os valores sociais e morais norte-Americanos, utilizando dois bons atores: Brad Pitt e Edward Norton. É um fascinante trabalho de estilo e narrativa, com uma história que vai crescendo, até o seu final tenso e surpreendente.

Estrelado por Jodie Foster, Kristen Stewart. Forest Whitaker e Jared Leto, “O Quarto do Pânico” é um dos projetos mais comerciais de Fincher, mas nem por isso pode-se dizer que seja uma obra sem as complexidades do diretor. Trata-se de uma história de cunho familiar, onde uma mãe protege a todo custo sua filha do ataque de alguns bandidos à sua residência.

Em um intervalo de cinco anos desde sua última obra, Fincher retorna em 2007, dirigindo um elenco estelar (Jake Gyllenhaal, Robert Downey Jr. e Mark Ruffalo) numa história real sobre a investigação de repórteres e policiais que tentam prender o zodíaco, um perigoso assassino que agiu durante os anos 60 e 70 na cidade de São Francisco. “Zodiaco” é um trabalho competente e um dos preferidos dos fãs do diretor.

O Curioso Caso de Benjamin Button (2008)

O Curioso Caso de Benjamin Button” é o filme mais caro de Fincher e um dos mais premiados de sua carreira, trazendo a terceira parceria do diretor com Brad Pitt  (indicado ao Oscar e Globo de Ouro pelo papel). A história – Baseada em um conto do escritor F. Scott Fitzgerald – é sobre um homem que nasce idoso, e à medida que os anos passam ele vai se tornando mais jovem. O personagem vai vivendo e presenciando várias mudanças na vida das pessoas que o cercam. Vencedor dos Oscars de melhor maquiagem, direção de arte e efeitos visuais.

Baseado na história de Mark Zuckerberg e a criação do Facebook, “A Rede Social” é um dos filmes mais elogiados e premiados da carreira de Fincher. Vencedor dos Oscars de roteiro adaptado (da obra “Bilionários por Acaso”, do escritor Ben Mezrich), edição e trilha sonora, traz Jesse Eisenberg no melhor papel de sua carreira e Andrew Garfield em um elogiada atuação.

Garota Exemplar (2014)

Versão norte-americana da obra do sueco Stieg Larsson (filmado anteriormente por Niels Arden Oplev em 2009), “Millenium- Os Homens Que não Amavam as Mulheres” é um dos trabalhos mais rentáveis de Fincher. Daniel Craig e Rooney Mara interpretam dois personagens muito distintos que se unem para investigar o desaparecimento de uma adolescente, ocorrido há 40 anos. Venceu o Oscar de melhor edição.   

Maior bilheteria da carreira de Fincher, “Garota Exemplar” – baseado na obra da escritora Gillian Flynn – é uma tensa e surpreendente história envolvendo o desaparecimento de uma mulher, com a suspeita caindo sob o seu marido. Ben Affleck e Rosamund Pike (ela em uma excelente interpretação, indicada a vários prêmios) estão à frente do elenco. O roteiro (feito pela própria autora do livro) foi indicado ao Globo de Ouro, BAFTA e Critics’ Choice, entre outros prêmios.

Fincher também é responsável por séries como: “House of Cards” e “Mindhunter”.

Colaboração: Ana Luiza.

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