BRUNA SURFISTINHA NÃO É UM FILME PORNOGRÁFICO
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BRUNA SURFISTINHA NÃO É UM FILME PORNOGRÁFICO

Nosso país está passando por um período de idade das trevas. O atual presidente da República, claramente uma pessoa preconceituosa e com pensamentos conservadores trata nosso país como sua caixa de areia particular, brincando e cagan… em tudo.

Ontem em entrevista sobre a verba do cinema nacional fez declarações preocupantes para quem trabalha, vive e ama as artes cinematográficas. Para exemplificar o motivo de querer ter um controle mais forte de órgãos culturais como a Ancine, o presidente disse que o governo não poderia mais financiar filmes pornográficos como o da Bruna Surfistinha.

Mas como o título deste artigo já ressalta: BRUNA SURFISTINHA NÃO É UM FILME PORNOGRÁFICO.

A frase do presidente só demonstra o quanto ignora conhecimentos cinematográficos como provavelmente “julgou o filme pela temática” e já pressupôs algo sem ao menos assistir realmente ao filme.

O filme que adapta para os cinemas o livro O DOCE VENENO DO ESCORPIÃO, escrito pela ex-garota de programa que ficou conhecida como Bruna Surfistinha.

O filme de 2011 foi dirigido por Marcus Baldini e tem no papel principal a atriz Deborah Secco e mostra toda a vida da protagonista, os abusos que sofre, o momento em que vira garota de programa, o glamour que ganha quando transforma seu trabalho em um blog até sua decadência e redenção.

O filme prende a atenção do público que com a atuação de Deborah Secco consegue facilmente entender a motivação da personagem, seus percalços e decisões e tem cenas que representam o sexo de forma natural, nada apelativa, e com muito menos cenas de nudez do que você poderia esperar de um filme assim.

Sem entrar no mérito da discussão sobre a pornografia, os abusos que ocorreram nessa indústria majoritariamente machista e abusiva a questão é que o Presidente para tentar provar um ponto, usou argumentos tirados apenas do seu preconceito.

A Ancine corre risco, um retorno da censura em todas as suas formas nunca foi tão perigosamente real como está sendo neste momento e para combater, precisamos da mais poderosa arma de todas – CONHECIMENTO.

Para ajudar você a conseguir um pouco deste conhecimento vou deixar algumas dicas de podcast e textos que temos em nosso site para vocês absorverem e aprenderem um pouco mais sobre o que está acontecendo e também ter argumentos quando alguém vier falar algo contra a Ancine ou Lei Rouanet só por que viu isso numa mensagem do “zapzap”.

Logo após as eleições, gravamos um podcast falando sobre cultura e democracia, o podcast 296, com um bate-papo que já mostrava como esses dois conceitos estão tão intimamente conectados.

Meses antes do chefe do executivo querer levar a Ancine do Rio para Brasília ela já passava por dificuldades e tinha em uma pessoa inesperada uma de suas vozes protetora, é sobre isso que trata o podcast 315.

E sobre a Lei Rouanet? Que todo mundo fala que os artistas “mamam” e se tornam milionários através dela? Você pode ler sobre o tema neste texto do nosso autor Davi e ouvir o podcast 309 onde tem entrevistas com pessoas que atuam diretamente com esta e outras leis de incentivo.

Além destes temas, todos os podcasts com entrevistas são diversas facetas e vivências de artistas nacionais que vivem em seu dia-a-dia cultura e que podem ser afetados diretamente com qualquer mudança unilateral de uma criança mimada dona da bola.

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