Crítica: Shazam
Shazam é um filme que se encaixa na franquia de super-heróis da DC e ao mesmo tempo acrescenta um novo estilo.
Ficha técnica
Direção: David F. Sandberg
Roteiro: Henry Gayden, Darren Lemke
Elenco: Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Mark Strong, Djimon Hounsou.
Nacionalidade e Lançamento: EUA, 2019 (5 de abril de 2019 no Brasil)
Sinopse: O adolescente Billy Batson, que vive mudando de família adotiva por seu comportamento, acaba sendo escolhido pelo mago Shazam para tomar seus poderes. Assim, ele se descobre um super-herói, mas precisará da ajuda de sua nova família para vencer um vilão que deseja tomar seus poderes.
Apesar de já ter flertado com o bom humor em Aquaman, a franquia de super-heróis da DC continuava sendo associada a um visual mais soturno e temáticas sérias. Agora, com Shazam, o tom de comédia chega de vez – e em boa hora.
Antes de acompanharmos a trama de Billy, o menino órfão que ganha os poderes de um antigo mago para lutar contra monstros que representam os sete pecados capitais, o filme faz questão de nos levar a um longo prólogo para mostrar a formação do vilão. Se a escolha faz com que o longa demore a engrenar, ao menos parece-me uma boa escolha, já que permite não apenas aprofundar no personagem, mas também mergulhar na temática do longa.
Temática, aliás, interessante e muito importante para o personagem e as novas formações familiares da sociedade atual. Cada vez mais as família deixam de ser necessariamente a união de pessoas com a mesma ancestralidade, mas um grupo de pessoas unidas por laços afetivos. Shazam não é um drama profundo acerca disso, mas consegue mostrar um casal realmente preocupado com as crianças que adota, incutindo neles algumas falas importantes e que representam muito do que o longa deseja passar – com destaque para a boa configuração destes personagens e a direção de arte da casa, que é tão desorganizada e de decoração improvisada quanto acolhedora.
Outro destaque do filme está no elenco jovem, que consegue mostrar atuações extremamente eficazes, com destaque para Jack Dylan Grazer (It – a Coisa), que transborda talento ao demonstrar múltiplos sentimentos (e que mais tarde ganha uma versão adulta surpreendentemente apropriada). Em contrapartida, Mark Strong dá vida a um vilão bastante genérico – que funciona para seu propósito mas não encontra nenhum destaque, a despeito de todas as explicações acerca de sua história.
As cenas engraçadas estão em todo canto, e exploram muito bem o fato de Shazam ser um super-herói de 14 anos em um corpo adulto, descobrindo emoções e poderes com empolgação. A grande falha, aqui, está na falta de sincronia entre os atores que vivem o protagonista: se Zachary Levi se esbalda nas traquinagens típicas de um menino adolescente e abusa da sua experiência com o humor, o mesmo personagem é vivido pelo jovem ator Asher Angel, que aparece muito mais ensimesmado e dramático. No fim, é como se fossem personagens muito diferentes, o que enfraquece nossa percepção.
Por fim, os arcos dramáticos bastante marcados se combinam com diálogos expositivos, mas também com cenas divertidas e engraçadas. Shazam é tudo o que a DC precisava: diversão simples e despretensiosa, mas com uma mensagem bonita e sensibilidade na medida certa.
Summary
Shazam é tudo o que a DC precisava: diversão simples e despretensiosa, mas com uma mensagem bonita e sensibilidade na medida certa.