Crítica: Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald (2018)
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald
3 Claquetes

Crítica: Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald (2018)

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald se transforma em relação ao primeiro.

Ficha técnica:
Direção: David Yates
Roteiro: J.K. Rowling
Elenco:  Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler
Nacionalidade e lançamento: EUA e Reino Unido, 2018 (15 de novembro de 2018)

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

Falar do sucesso de Harry Potter é chover no molhado. O bruxinho, criado pela escritora J.K. Rowling, conquistou corações nas páginas dos 7 livros. Logo surgiram os filmes que alavancaram mais fãs e consolidaram os antigos. Anos depois da saga se encerrar o universo se expandiu e chegou aos cinemas, em 2016, Animais Fantásticos e Onde Habitam. Vocês podem conferir a crítica do longa aqui.

A abertura do presente filme já mostra o personagem título Gellert Grindelwald (Johnny Depp) sendo transferido da prisão que se estava. Não é preciso ser um professor de adivinhação para prever que algo sai do controle e ele escapa (caso contrário não teríamos filme). O como ele escapa é um movimento pra lá de óbvio. Mas a cena já revela um esplendor visual caro à franquia. E tudo ajuda neste sentido: efeitos visuais “mágicos”, um design de produção minucioso explorando bem a época e o universo fantástico e, pasmem, até o 3D está elogioso. Não digo que é essencial para o filme, mas o adereço cumpre a função de encantamento.

Muito mais sombrio e dramático que o anterior de 2016, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, apresenta dramas diversos. Em especial os familiares. Alfinetadas políticas e sociais também aparecem. Como o roteiro ficou a cargo da J.K. então essa abordagem não surpreende. O tema central, e revelá-lo seriam um certo spoiler, também circula nesta linha.

A trama segue vários núcleos: além do vilão Grindelwald, temos vários arcos com o autor do livro “Animais Fantásticos”, Newt Scamander (Eddie Redmayne). Ele interage com o irmão Theseus Scamander (Callum Turner), com a namorada de Theseus,  e antigo interesse de Newt, Leta Lestrange (Zoë Kravitz), além do velhos amigos do filme anterior – os humanos e demais criaturas. Credence Barebone (Ezra Miller) também tem aparições centrais em uma jornada de busca para conhecer a origem dele mesmo.

Como podem perceber são muitas pontas e isso pesa no longo filme (2h15). Verdade seja dita, a maioria delas são bem ligadas e tem razão de existir. Quando a coisa se organiza, os fãs terão momentos significativos como recompensa. Contudo, certos personagens estão sobrando e/ou com arcos não muito desenvolvidos. Essa gordura, que existe talvez em decorrência de questões contratuais ou opções estranhas do roteiro, atrapalha consideravelmente o andamento.

Nesse sentido, a montagem é um problema, talvez dos mais graves aqui. Não raro temos transições bruscas, uma em especial, que antecede um momento chave, soa como se faltasse um pedaço do filme, dificultando até o engajamento. Além disso, há graves problemas de barriga, ou seja, cenas que se cortadas não fariam diferença. Em uma produção desta minutagem, os excessos saltam aos olhos e enfraquecem o todo.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

Como parte do título é Animais Fantásticos, vale a nota sobre as criaturas. As fofinhas que servem como alívio cômico principalmente, porém em duas cenas elas cumprem uma função importante. E há também as feras grandiosas, em especial uma de origem chinesa que tem um visual deslumbrante. Mas definitivamente são parte secundária no todo, os problemas humanos tem mais destaque.

Para os fãs, diversos fanservices são postos em tela. Desde personagens antigos que retornam (mais novos, obviamente), personagens que só são citados e outros em, digamos, outra forma. Objetos, locais e revelações também farão os aficionados saírem do cinema com assunto por um mês. Tais aspectos afetam o filme na medida em que param a trama para introduzir alguns desses elementos. Como é parte de uma franquia então alguns podem alegar que eles serão desenvolvidos posteriormente, fica difícil analisar com base em uma expectativa ou promessa. O final, claramente apontando para o futuro, pode frustar muitos ou ser algo natural para outros tantos.

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald tem méritos esperados e faz os olhos brilharem (tanto que deve vir para Oscar nas categorias técnicas), mas falta consistência e um senso de começo, meio e fim

  • Nota Geral
3

Deixe seu comentário