Crítica: El Motoarrebatador – Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
El Motoarrebatador tem uma característica comum dos filmes argentinos: personagens carismáticos.
Ficha técnica:
Direção: Agustín Toscano
Roteiro: Agustín Toscano
Elenco: Sergio Prina, Liliana Juarez, Daniel Elías, León Zelarayan, Camila Plaate.
Nacionalidade e lançamento: Argentina, 7 de Junho de 2018 (exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo).
Sinopse: Um ladrão se arrepende após ferir gravemente uma senhora idosa em um roubo de moto. Ele tenta se redimir ajudando-a e se aproveita do fato de que ela não o reconhece, mas acaba mentindo demais.
Desde o início, “El Motoarrebatador” não tem medo de fazer comentários políticos, ao expor a situação crítica a que chegaram os saques a supermercados com a greve dos policiais. Mas isso é apenas o pano de fundo. Logo na primeira cena, vemos um assalto a uma mulher idosa, Elena, e o quanto ele sai errado devido ao acidente que causa.
Depois, ao investigar o que aconteceu com a mulher, o assaltante Miguel descobre que ela é Elena, e perdeu a memória. A partir de então, vamos acompanhar a tentativa do arrependido criminoso de se redimir, cuidando dela em sua casa, disfarçado de inquilino.
O grande trunfo de “El Motoarrebatador” está no carisma dos personagens, especialmente Miguel e Elena. Não há como não rir das situações cômicas – ainda que este seja um drama – e não se afeiçoar a ambos.
É interessante notar como ambos os personagens representam, a seu modo, o país em que vivem. Combalida e cansada, Elena não tem memória de seu passado e por isso passa os dias a esmo na casa. Pobre e desesperado, Miguel precisa se render ao crime, enquanto depende de mentiras para seguir adiante. Se essa não era a ideia do diretor, a coincidência é ótima.
A câmera de Toscano consegue, em vários momentos, mostrar o incômodo do personagem por meio de seu eixo, que fica torto em vários momentos. A escolha é feita com parcimônia, e portanto tem bom efeito narrativo. Após o segundo ato, que ainda traz algo de novidade e alguns conflitos interessantes, o terceiro ato se rende a resoluções fáceis e quase clichês.
Summary
O grande trunfo de “El Motoarrebatador” está no carisma dos personagens, especialmente Miguel e Elena. Não há como não rir das situações cômicas – ainda que este seja um drama – e não se afeiçoar a ambos.