Crítica: O Primeiro Homem
O Primeiro Homem é um exercício de mudança para o diretor Damien Chazelle.
Ficha técnica:
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Josh Singer
Elenco: Claire Foy, Ryan Gosling, Jason Clarke, Olivia Hamilton, Kyle Chandler, Patrick Fugit, Christopher Abbott.
Nacionalidade e lançamento: Estados Unidos, 12 de outubro de 2018 (18 de outubro no Brasil).
Sinopse: Em meio a sofrimentos e dramas, Neil Armstrong se torna o primeiro homem a pisar na Lua.
Em certo momento, tive a sensação de que Damien Chazelle queria se espelhar em Terrence Malick, com imagens melancólicas de uma família se divertindo. Mais tarde, a respiração pesada do astronauta e as imagens poéticas do espaço aliadas ao silêncio me remeteram a Kubrick. Damien Chazelle parece querer explorar novos espaços (permita-me o trocadilho) com “O Primeiro Homem”, já que pela primeira vez não aborda um tema relacionado à música. É aí que ele mostra sua fraqueza, ainda que se apoie na música nos melhores momentos do longa.
A trama de “O Primeiro Homem” não é muito surpreendente. Apenas conta a história da corrida espacial americana, que levou Neil Armstrong a pisar na Lua, do ponto de vista do próprio astronauta, vivido por Ryan Gosling. Há momentos de drama eficientes, como a maneira com que Armstrong lida com a perda da filha (não é spoiler, está no começo!), e há momentos de drama que poderiam ser mais bem trabalhados, como o afastamento do protagonista em relação aos seus filhos – o que leva a uma cena que não parece orgânica de uma conversa entre pai e filhos.
Claire Foy consegue um bom destaque com sua expressividade, contrastando com a falta dela no protagonista – ainda que isso combine com ele, tal qual a maioria dos personagens que Ryan Gosling escolhe.
Entre tantas idas e vindas de testes e outras viagens feitas pela NASA, o filme torna suas duas horas e vinte minutos bastante enfadonhos, ganhando um pouco de energia apenas quando Chazelle utiliza aquilo que sabe: as estratégias de som e silêncio. As visões da Terra e a primeira grande cena na Lua são momentos brilhantes. E a trilha sonora de Justin Hurwitz (que criou a música de todos os filmes anteriores do diretor) é digna de indicação ao Oscar.
Vamos torcer para que Damien Chazelle volte a contar histórias de músicos… ou pelo menos a filmar seus próprios roteiros.
Summary
Entre tantas idas e vindas de testes e outras viagens feitas pela NASA, o filme torna suas duas horas e vinte minutos bastante enfadonhos, ganhando um pouco de energia apenas quando Chazelle utiliza aquilo que sabe: as estratégias de som e silêncio