Crítica: 10 Segundos Para Vencer
“10 Segundos para Vencer” depende dos atores para construir algo memorável.
Ficha técnica:
Direção: José Alvarenga Jr.
Roteiro: Thomas Stavros, Patrícia Andrade, José Alvarenga Jr, José Guertzenstein
Elenco: Daniel de Oliveira, Osmar Prado, Sandra Corveloni, Keli Freitas.
Nacionalidade e lançamento: Brasil, 27 de Setembro de 2018
Sinopse: Considerado o maior ‘peso galo’ da história do boxe, Eder Jofre é também um dos maiores boxeadores de todos os tempos. A infância difícil e o trabalho do pai e treinador Kid Jofre foram determinantes para que o atleta brasileiro se consagrasse campeão.
Além de ser uma biografia de um grande atleta brasileiro, o filme “10 Segundos para Vencer” ainda se encaixa em um grupo de filmes que tem inúmeras obras de alta qualidade, como Rocky, Creed, Touro Indomável e Mais Forte que o Mundo (para citar uma produção nacional). É uma pena, portanto, que o longa não possa se juntar a eles.
O grande problema de “10 Segundos para Vencer” está na base, ou seja, no texto. Além de trazer uma trama linear, que se baseia apenas em flashbacks quase aleatórios da infância e conta a história de Eder Jofre do “início ao fim”, o texto do filme é repleto de diálogos expositivos ou sem qualquer emoção. Aliado a isso, a trilha sonora e a edição não conseguem ajudar em nada na construção de um impacto emocional do longa.
Filme de luta precisa empolgar. E a história de Eder Jofre pede por mais intensidade. Mas o fato é que “10 Segundos para Vencer” não é um filme necessariamente ruim. É regular. Conta a história do atleta, mostra suas dificuldades, e consegue bons resultados quando aposta no relacionamento de Eder com o irmão doente.
O diretor José Alvarenga Jr, que tem Malhação e Cilada.com no currículo (e que atua na TV e no cinema focado na comédia), não consegue inovar e faz o “feijão com arroz”. Não há qualquer característica do filme que salte aos olhos. Não há nada que chame a atenção. Nem mesmo as cenas de luta são empolgantes.
Um bom exemplo é o título do filme, que se refere ao fato de que Eder Jofre nunca precisou ouvir a contagem de 10 segundos, já que nunca caiu por nocaute. Quando ele fala sobre isso para o pai, não há qualquer esforço imagético para que aquilo se torne memorável. Entendo que Alvarenga talvez tenha desejado evitar o piegas e o melodrama, mas a ausência de qualquer técnica faz com que o momento seja frio. Ao final da projeção, quando o letreiro informa que Eder nunca ouviu a contagem de 10 segundos, precisamos nos esforçar para lembrar da cena que ocorreu no meio da projeção.
O que salva são as atuações. Não a das atrizes, infelizmente. Sandra Corveloni se esforça, mas o texto e o tempo de tela não ajudam. Keli Freitas não dá conta da dramaticidade que sua personagem exige. É Daniel de Oliveira e Osmar Prado que conseguem fazer um trabalho de qualidade. Enquanto o protagonista é vivido com uma verdade que salta aos olhos, o veterano que faz o papel de Kid Jofre consegue dar emoção e tridimensionalidade ao personagem.
“10 Segundos para Vencer” é um filme morno. Uma pena. Eder Jofre merecia mais.
Nota
Summary
Não há qualquer característica do filme que salte aos olhos. Não há nada que chame a atenção. Nem mesmo as cenas de luta são empolgantes.