Crítica: Todas as Razões para Esquecer (2018) - Netflix
Todas as razões para esquecer
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Crítica: Todas as Razões para Esquecer (2018)

“Todas as Razões para Esquecer” é uma crônica sobre relacionamentos – ou a ausência deles – e está na Netflix.

 

Ficha técnica:

Direção: Pedro Coutinho
Roteiro: Pedro Coutinho
Elenco:  Johnny Massaro, Bianca Comparato, Regina Braga, Maria Laura Nogueira, Rafael Primot.

Nacionalidade e lançamento: Brasil, 2018 (1º de março de 2018)

Sinopse: Antonio acabou de terminar seu relacionamento com Sofia. Aparentemente está tudo normal e em breve ele vai esquecê-la, mas não é bem isso que acontece.

 

 >>> Confira a entrevista do diretor Pedro Coutinho! <<<

Todas as razões para esquecer

Os homens aprendem desde cedo a esconderem seus sentimentos. E assim, sem saber externá-los, acabam se afogando em bebidas alcoólicas e, eventualmente, remédios psiquiátricos. É o que acontece com Antonio, o jovem vivido por Johnny Massaro (O filme da minha vida): encontra-se sem saber o que fazer após terminar com Sofia (Bianca Comparato, de 3%).

“Todas as Razões para Esquecer” sabe muito bem ser irônico, sutil e engraçado em diversos momentos – especialmente graças ao roteiro bastante atual e à atuação de Massaro, que tem excelente timing. Ainda que alguns diálogos pareçam menos realistas, como os de Gabriel e de Carla, o fato é que a maneira como o longa retrata a realidade das mensagens de celular e algumas situações vividas pelo protagonista conseguem tirar bons risos.

Todas as razões para esquecerÉ justamente em sua ironia que o filme conquista o espectador. Acompanhamos a rotina monótona de Antonio, que passa a tentar diversas saídas para esquecer-se de Sofia, acreditando que será uma tarefa fácil. Em alguns momentos – especialmente quando o protagonista reencontra Sofia e percebemos sua idealização – o longa remete a “(500) Dias com Ela“, embora sua melancolia também lembre um pouco de “Entre Abelhas“.

Os elementos que remetem à Geração Y e à presença das tecnologias podem parecer muito atrelados à realidade branca da zona-sul paulistana, mas ao mesmo tempo conversam com os jovens que tanto depositam seu tempo nos gadgets tecnológicos, e ainda sonham com coisas que parecem fora da realidade, como largar tudo para escrever um livro, por exemplo.

E se a câmera de Pedro Coutinho é discreta, o mesmo não se pode dizer da fotografia e da escolha de cores. A parede azul e os tons amarelos que surgem num certo momento refletem muito bem o espírito do personagem naquele instante, para logo depois voltar com o protagonista vestido de cinza. E a mudança de cores nos flashbacks apenas ajuda a idealizar ainda mais o belo sorriso da ex-namorada.

E se o ponto de virada para o terceiro ato não é realmente um momento tão grandioso – tal qual a maior parte da trama, que se mostra linear e sem grandes arroubos – ao menos ele conta com o ótimo trabalho de Massaro, que consegue mesclar humor e drama com habilidade.

No fim, trata-se de um belo e sensível retrato da Geração Y, com debates importantes sobre questões da vida moderna e do compartilhamento de sentimentos, ainda que não o faça de forma escancarada.

  • Nota
3.5

Resumo

E se a câmera de Pedro Coutinho é discreta, o mesmo não se pode dizer da fotografia e da escolha de cores. A parede azul e os tons amarelos que surgem num certo momento refletem muito bem o espírito do personagem naquele instante, para logo depois voltar com o protagonista vestido de cinza.

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