Crítica: Todos os Paulos do Mundo (2018) – Documentário Sobre o Ator Paulo José
Todos os Paulos do Mundo é uma bela homenagem.
Ficha técnica:
Direção: Gustavo Ribeiro, Rodrigo de Oliveira
Nacionalidade e lançamento: Brasil, 10 de maio de 2018
Paulo José Gómez de Sousa, ou simplesmente Paulo José, é homenageado em um belo documentário sobre a carreira. O ator de 81 anos é um dos grandes do nosso audiovisual. A carreira, no teatro, começou aos 18 anos. Na tv e no cinema fez diversos papéis marcantes, são mais de 20 novelas e quase 50 filmes. Então nada mais do que justa a lembrança da dupla de diretores Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, felizmente ainda em vida, ao profissional.
Focado em um compilado de cenas, a montagem aqui tem papel fundamental (quando não, aliás…) estabelecendo diversos raccords entre os momentos. Mesmo para quem não conhecia a fundo a obra de Paulo José, vai se deliciar com a aula de interpretação.
O convite ao passeio vem de forma natural e pouco expositiva, o que é ótimo. Já somos colocados de forma imersiva acompanhados de textos lidos por outros grandes nomes, o que dá um peso dramático muito bem-vindo. Fernanda Montenegro, Joana Fomm e Selton Mello, são algumas das personalidades, fora, claro, todo o rol de grandes que contracenou com ele nas cenas escolhidas. Ou seja, temos quase que a nata de honra verdadeiramente a frase batida usada em divulgações: “um grande elenco”.
Apesar desses elogios, o todo vale mais como registro histórico e como homenagem do que propriamente como valor cinematográfico. A estrutura perde um pouco de força na duração e em repetições. Basicamente você ao ver meia hora de Todos os Paulos do Mundo dá a impressão que já viu tudo.
A sensação geral, no entanto, é positiva. O olhar é quase metonímico para o audiovisual brasileiro, já que uma carreira que perpassa décadas (desde um Macunaíma, até um O Palhaço, por exemplo) como a de Paulo José, traz muito de Brasil.