Eu Não Sou Um Homem Fácil
Cinema Mundial

Eu Não Sou Um Homem Fácil (Crítica)

O filme francês, Je ne suis pas un Homme Facile (Eu Não Sou Um Homem Fácil), da diretora Eléonore Pourriat, estreou no começo do ano com uma proposta interessante e já foi disponibilizado pela gigante de streaming. Netflix, né, bebê. Mas porque fez tanto burburinho na interwebz? Porque trata do machismo de uma forma bastante explicativa – principalmente para aqueles que ainda acham que ele não existe -, os personagens invertem os papéis diante da sociedade. Como isso? Simples, a história conta como seria o mundo se o sexo majoritariamente no poder fosse o feminino. Ou seja, quem tem que cumprir um padrão de beleza ou ficar em segundo plano nos negócios e, porque não sermos diretos, na vida, são os homens.

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Essa troca de lugares, abre espaço para inúmeras discussões em vários detalhes, que podem passar despercebidos. Portanto, para exemplificar mais e mais, vamos à história.

https://www.youtube.com/watch?v=YGvaR9_HYKs

Damien (Vincent Elbaz) é um homem que trabalha e tem um cargo bom, é admirado pelo chefe, tem um comportamento desrespeitoso em relação à mulheres e acha que é “a última bolacha do pacote”. Mas tudo muda quando bate a cabeça em um poste. Ao acordar, o mundo está diferente. Demora um pouco para notar que nesse novo lugar as mulheres é quem estão no topo da “cadeia social”.

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O longa traz vários clichês e esteriótipos dos sexos, como a cor rosa, a fragilidade e sentimentalismo. Mas deixando isso de lado, podemos tomar várias lições, como a de o personagem principal só entender que é opressor quando inverte seu papel. Ou então a reflexão sobre o que é considerado sexo frágil. Ou seja, temos implícito já os simbolismos, como depilação, a cor rosa e quem usa preservativo. No mundo invertido do filme, Damien acorda em uma cama rosa, se depila para atrair a mulher desejada e quem escolhe usar o preservativo é a mulher, Alexandra (Marie-Sophie Ferdane). Enfim, mesmo tratando de um assunto tão discutido como os papéis dos sexos na sociedade, o filme ainda coloca como centro o que o homem pensa.

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Outro ponto interessante é que mesmo com a inversão, a minoria LGBT ainda é excluída da vista. Quando Alexandra leva Damien para uma balada, encontramos ali homens de terno, estes considerados gays, por não entrarem na forma que é adequada ao seu sexo. Também mostram mulheres de vestido. Mesmo com a discussão sobre a sociedade não ter mudado o preconceito em relação a esse grupo, ainda assim vemos os esteriótipos se erguerem com os moldes do que é ou não usual como vestimenta para ambos os sexos.

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O longa traz muitos clichês de filmes românticos, mas nada do que já não esperamos do gênero. Então, vale a pena? Com um olhar crítico, tudo vale. Com tantas discussões presas nos detalhes, é bom fazer o exercício de tentar entender o universo criado por Pourriat, que fez da sua obra um verdadeiro desabafo. Ah, rende boas risadas!

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