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Crítica: Jogador Número 1

Ficha técnica: 
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Ernest Cline, Zak Penn,
Elenco:  Tye Sheridan, Lena Waithe, Olivia Cooke, Bem Mendelsohn, Simon Pegg, Mark Rylance e outros
Nacionalidade e lançamento: EUA, 2018 (29 de março de 2018 no Brasil).

Sinopse: Em 2044, Wade Watts, assim como o resto da humanidade, prefere a realidade virtual do jogo OASIS ao mundo real. Quando o criador do jogo, o excêntrico James Halliday morre, os jogadores devem descobrir a chave de um quebra-cabeça diabólico para conquistar sua fortuna inestimável. Para vencer, porém, Watts tem de abandonar a existência virtual e ceder a uma vida de amor e realidade da qual sempre tentou fugir.

Os anos 80 também é conhecido como a década que não acabou e não só não acabou como está em alta já tem alguns anos, principalmente pelo sucesso mundial da série da Netflix – Stranger Things que conseguiu fazer o que a fracassada That’s 80s Show não conseguiu. Não lembra da serie? Normal, ninguém se lembra.

Com relação a cinema não tem como não pensar imediatamente no nome de Steven Spielberg, o diretor moldou a década com seus filmes, personagens e elementos.

Foi nos anos 80 que Spielberg nos presenteou com Os Caçadores da Arca Perdida (1981), E.T. – O Extra Terrestre (1982), Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) e nos anos 90 que de fininho vem chegando com tudo nesse revival nostálgico temos Hook – A Volta do Capitão Gancho (1991) e Jurassic Park (1993).

Não é a toa que o diretor foi o escolhido para dirigir a adaptação cinematográfica do livro Jogador Número 1, lançado em 2011 e escrito por Ernst Cline, que também ajudou a roteirizar o filme.

Cline tem experiência como roteirista em filmes que fazem referências a filmes antigas e a tão famosa e falada cultura pop. Ele foi um dos roteiristas do ótimo “Fanboys” ou “Loucos e Fãs”como foi traduzido aqui para o Brasil em 2009.

Em Jogador Número 1, acompanhamos o personagem Wade Watts (Tye Sheridan), que vive em um bairro pobre e superlotado em um Estados Unidos futurista, 2044, em que as pessoas preferem passar o dia, trabalhar, criar vínculos, através de um gigantesco jogo de realidade virtual chamado OASIS, onde ele é conhecido como Parzival.

Com a morte do criador do jogo, James Halladay (Mark Rylance) morre ele deixa como testamento um desafio, quem encontrar as 3 chaves espalhadas pelo jogo terá o controle total da empresa que está estimada em trilhões de dólares. Isso inicia uma corrida pelas chaves e é a maior motivação do magnata Sorrento, dono da segunda maior empresa de realidade virtual e que quer o controle da OASIS para se tornar o primeiro.

O filme alterna entre dois formatos, o live action, ou o filme tradicional, com atores reais nas cenas que se passam no mundo off-line, animação digital para representar o mundo dentro da OASIS. Existem algumas exceções que Spielberg sabe explorar muito bem.

Jogador Número 1 poderia ser dito como aqueles “filmes infilmáveis” dado a sua complexidade de elementos visuais e referências, mas a Warner acertou em cheio ao chamar o mestre Steven Spielberg para dar um jeito de conseguir filmar o que ele conseguiu magistralmente.

Na parte de atuação temos como protagonista Tye Sheridan (Wade/Parzival), que tem em seu currículo A Árvore da Vida, O Experimento de Aprisionamento de Stanford, X-Men: Apocalipse. O ator entrega um personagem que você consegue se importar, mas nas cenas mais tensas ou dramáticas ele não consegue se sair muito bem.

Olivia Cooke (Samantha/Art3mis), conhecida por estar em todas as temporadas da serie Bates Motel se sai muito bem em todas as cenas mas sem entregar algo extraordinário.

Bem Mendelsohn (Sorrento) está se especializando em fazer vilões em filmes “pop” (ele viveu o Diretor Krennic em Star Wars – Rogue One) e consegue fazer um vilão ardiloso e que facilmente a gente consegue odiar durante o filme.

Simon Pegg e Mark Rylance, são a real alma do filme, Rylance principalmente. Mesmo com pouco tempo em tela nós conseguimos conhecer muito o personagem, entendê-lo e ver toda a sua paixão pela cultura pop, filmes antigos, muito provavelmente um retrato de como as pessoas dessas novas gerações de Marvel Studios, Star Wars, Netflix vai estar daqui algumas décadas.

Apesar de eu ser um amante (da sétima arte) de cultura pop, eu achei o filme longo demais, beirando o cansativo. Com seus 140 minutos, talvez a história pudesse ter sido contada com meia-hora a menos, média de duração dos filmes da trilogia Indiana Jones.

Por conta da sua longa duração o filme tem algumas barrigas que fazer perder, e muito, o ritmo o que pode fazer até mesmo que o espectador perca a atenção. Todas essas cenas são as que se passam no “mundo real”.

Quanto a referências o filme tem centenas delas, de filmes, séries, musicas, jogos de vídeo-game, animes. Uma dica recorrente é assistir na maior tela possível, eu assino embaixo essa dica. Se quiser outra dica, evite o ingresso mais caro das sessões 3D, eu assisti desta forma e não senti diferença alguma, portanto opte por salvar seu rico dinheirinho.

Porém o filme não pode ser dito como inovador, uma vez que já tivemos grandes blockbuster que também o fazem. Musicas antigas e clássicos do rock? Guardiões da Galaxia fez isso alguns anos antes. Diversos personagens clássicos por metro quadrado? Detona Ralph mostrou mesmo que nichado.

Sim, você vai se emocionar com o que vai ser na tela, cada um tem as suas próprias bagagens referenciais e vai curtir e reparar mais nesse ou naquele easter-egg, apenas o filme não é o pioneiro em fazer isso.

Jogador Número 1 tem como principal mérito o retorno de Steven Spielberg em dirigir grandes aventuras e moldar nossas memórias e sonhos futuros.

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