Heróis do Cinema: DC Comics
Hoje, uma parte do público parece ter se cansado um pouco de filmes de super-heróis (ainda que muitos ainda gostem), mas os grandes admiradores de HQs só querem mesmo é ver seus personagens preferidos pipocarem cada vez mais na tela grande. Cresci lendo HQs, e na minha época de adolescente os filmes de super-heróis não eram frequentes, aparecendo um ou outro de vez em quando; e ainda assim, alguns eram bem toscos. Então, o sonho de todos nós que líamos HQs era ver heróis e vilões aparecerem nos filmes. Hoje isso se tornou realidade; e abordaremos na série de artigos “Heróis do Cinema” (o título é uma homenagem à antiga série de HQs “Heróis da TV) a trajetória dos filmes dos heróis nas telas de cinema.
Na primeira parte, veremos quais foram os longas-metragens da DC Comics que estrearam nos cinemas. Animações não estão incluídas, apenas os filmes produzidos em live-action. Na segunda parte teremos os filmes da Marvel no cinema.
No ramo desde os anos 30, a DC é dona de alguns dos maiores personagens já criados. Vejamos sua carreira no cinema; o que funcionou e o que deu errado:
Algumas séries de personagens da DC, como Batman e Superman, tiveram longas-metragens que chegaram a ser exibidos nos cinemas, como “Superman e os Homens-Toupeira” (1951, Direção de Lee Sholem. Estrelado por George Reeves) e o cômico “Batman, o Homem-Morcego” (Direção de Leslie H. Martinson. Com Adam West e Burt.Ward); porém, o primeiro filme de destaque para o cinema de um personagem da DC foi “Superman – O Filme” (1978. Direção de Richard Donner). O longa-metragem do super-herói mais poderoso do universo agradou a todos com sua ótima história, um vilão marcante e um elenco formidável que conta com nomes como Marlon Brando, Christopher Reeve, Gene Hackman e Glenn Ford.
Vencedor do Oscar de efeitos visuais, o filme gerou 3 continuações: “Superman II: A Aventura Continua” (1980. Direção de Richard Lester), Superman III (1983. Direção de Richard Lester) e “Superman IV – Em Busca da Paz” (1987. Direção de Sidney J. Furie). Se o segundo continuava de forma exemplar as aventuras do Homem de Aço, o terceiro despencou bastante, e o quarto, horrível, enterrou a franquia. O “Monstro do Pântano” teve dois filmes, o primeiro de 1982 foi dirigido pelo cultuado Wes Craven (antes de “A Hora do Pesadelo“); mas é um filme descartável, sem nada que se salve. O segundo, um pouco melhor (algo nada impossível de acontecer), foi feito em 1989, com o título “A Volta do Monstro do Pântano”.
Também em 1989, a DC resolveu levar novamente para as telas as aventuras do Homem-Morcego, e quem dirigiu a produção “Batman” foi Tim Burton. O personagem estava vivendo uma ótima fase nas HQs, e o que Burton fez foi escalar Jack Nicholson para viver o Coringa, além de Michael Keaton como o misterioso herói e Kim Basinger como seu par romântico. O filme foi um grande sucesso de bilheteria. Uma continuação seria apenas questão de tempo, e ela veio em 1992 com “Batman – O Retorno”. Além de Keaton, no elenco temos Michelle Pfeiffer (Mulher-Gato), Danny DeVito (Pinguim) e Christopher Walken.
“Batman Eternamente” (1995. Direção de Joel Schumacher) errou o tom, remetendo ao estilo comédia da série de TV dos anos 60. O filme estrelado por Val Kilmer (Batman), Jim Carrey (Charada), Tommy Lee Jones (Duas-Caras), Nicole Kidman e Chris O’Donnell (Robin), fez uma boa bilheteria, levando o diretor Schumacher a dirigir “Batman & Robin” em 1997. Mas a obra, que tem no elenco a adição de George Clooney (batman), Arnold Schwarzenegger (Mr. Freeze), Uma Thurman (Vera Venenosa) e Alicia Silverstone (Batgirl), é um verdadeiro desastre, onde tudo dá errado em uma sucessão de equívocos.
“Aço” (1997. Direção de Kenneth Johnson) e “Mulher-Gato” (2004. Dirigido por Pitof e estrelado por Halle Berry e Sharon Stone) foram mal recebidos pela crítica e pelo público.
Em 2005, O diretor Christopher Nolan deu início à melhor trilogia de super-heróis no cinema, com “Batman Begins”; onde, além de uma boa história, temos um elenco de peso: Christian Bale (Batman), Liam Neeson (Henri Ducard), Gary Oldman (James Gordon), Michael Caine (Alfred), Morgan Freeman (Lucius Fox) e Cillian Murphy (Espantalho). A segunda parte “Batman – O Cavaleiro das Trevas” é considerado por muitos o melhor filme de um personagem das HQs. De fato, é o que de melhor o cinema pode oferecer, com Heath Ledger simplesmente excepcional, roubando todas as cenas como o vilão Coringa (papel que lhe deu diversos prêmios, entre eles o Oscar de melhor ator coadjuvante) e Aaron Eckhart como o Duas-Caras. Concluindo a trilogia, “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” traz Tom Hardy (Bane), Anne Hathaway (Selina Kyle), Joseph Gordon-Levitt (John Blake) e Marion Cotillard (Miranda Tate) reforçando o elenco.
“Superman – O Retorno” (2006. Direção de Bryan Singer) não teve a mesma sorte dos trabalhos de Nolan e acabou ficando abaixo do esperado. De maior destaque, apenas a participação de Kevin Spacey como Lex Luthor. O herói é feito por Brandon Routh. Em 2009, Zack Snyder dirigiu “Watchmen – O Filme”, adaptação da maior HQ de todos os tempos (escrita pelo lendário Alan Moore). O resultado divide opiniões, mas é uma obra satisfatória que reproduz de forma (quase) fiel a famosa HQ.
Jonah Hex (2010. Dirigido por Jimmy Hayward e estrelado por Josh Brolin, John Malkovich e Megan Fox) e “Lanterna Verde (2011. Dirigido por Martin Campbell e estrelado por Ryan Reynolds) foram grandes fracassos de crítica.
Em 2013, “Homem de Aço” deu início a um novo ciclo de filmes da DC, prometendo ser a primeira de novas produções dos famosos heróis da empresa. Na direção temos Zack Snyder (que já havia feito “Watchmen – O Filme”). Henry Cavill interpreta o Superman, enquanto o vilão Zod é feito por Michael Shannon. Também temos nomes como Amy Adam e Kevin Costner. Mas o resultado não agradou a todos (fator que se repetiria em grande parte dos projetos seguintes da DC).
Snyder não conseguiu agradar novamente boa parte da crítica na continuação “Batman vs Superman – A Origem da Justiça” (2016), onde Ben Affleck assume o papel do Homem-Morcego (ele se sai relativamente bem). Longo e confuso, a obra se destaca por apresentar a Mulher-Maravilha (feita pela bela Gal Gadot). Flash, Aquaman e Cyborg são apresentados de forma rápida.
“Esquadrão Suicida” (2016) prometia dar novo fôlego aos filmes da DC, mas o resultado acabou decepcionando. Grande sucesso de bilheteria, a aventura dos anti-heróis que vão para uma perigosa missão tem um roteiro fraco e desconexo, além de um Coringa mal desenvolvido (feito de forma carregada por Jared Leto). Will Smith, Margot Robbie e Viola Davis estão no elenco.
De todos os novos filmes da DC, “Mulher-Maravilha” (2017. Direção de Patty Jenkins. Com Gal Gadot e Chris Pine) foi o único que conseguiu agradar a maioria da crítica e do público. Situado em grande parte durante a Primeira Guerra Mundial, o longa tem um ritmo ágil e envolvente que funciona muito bem. O que destoa um pouco é a falta de um vilão mais marcante (repare que isso vem acontecendo em grande parte dos filmes de super-heróis).
“Liga da Justiça” (2017) era muito aguardado pelos fãs, mas novamente algo deu errado. Situações apressadas, um vilão feito em CGI que não convence, e personagens não tão bem explorados mostraram que a DC não aprendeu com os erros e nem repetiu os acertos. Houve troca de diretores (Zack Snyder dirigiu boa parte do filme, mas precisou sair em decorrência de uma tragédia familiar, sendo substituído por Joss Whedon). Não é um desastre, mas poderia ser bem melhor.
A DC tem novos projetos em andamento, como “Aquaman” e Mulher-Maravilha 2.