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Cinema Mundial

4 Filmes para Conhecer o Cinema de Sion Sono

Sion Sono é poeta, escritor e diretor japonês nascido em 1961 e iniciou sua carreira escrevendo poemas para só ingressar no cinema na década de 80, porém apenas nos anos 2000 seu trabalho foi reconhecido internacionalmente com o filme Suicide Club (O Pacto no Brasil). Mesmo sendo um cineasta pouco conhecido fora do Japão lá ele é considerado um dos melhores de sua geração e também um diretor bastante produtivo, já que só em 2015 ele lançou cinco filmes no Cinema e um na televisão japonesa (você achou que Woody Allen é que trabalhava muito rs).

Todos esses anos dirigindo e roteirizando Sion Sono foi aprimorando suas habilidades e moldando seu cinema até criar sua própria identidade visual e tema trabalhado: o papel da mulher na sociedade japonesa. Já estabelecido esses dois pontos Sono conseguiu criar obras primorosas das quais irei listar quatro para vocês conseguirem absorver de forma agradável a excentricidade e poesia desse grande diretor.

 

4 – Por Que Você Não Vai Brincar no Inferno?


O longa acompanha alguns jovens que sonham em realizar um grande filme, porém após muitas tentativas frustradas eles tem uma grande chance de realizar um longa para a máfia. Enquanto isso o chefe de um grande grupo da máfia acaba ficando completamente obcecado pela filha de seu rival.

Em Por Que Você Não Vai Brincar no Inferno? Sono trabalha muito bem fazendo uma sátira aos filmes de máfia e uma homenagem ao cinema de artes marciais. Aqui podemos ver toda a habilidade de Sono em cenas de ação, principalmente no clímax do terceiro ato ao passear com a câmera pela locação enquanto mais de dez personagens lutam em vários planos diferentes com muito sangue jorrando (se você acha que Tarantino tem as melhores cenas de ação com muito sangue é porque ainda não conheceu Sion Sono).

 

3 – The Whispering Star

Trata-se de um Sci-Fi em preto e branco que Sion Sono escreveu em 1990 sobre uma androide chamada Yoko, inserida numa realidade onde 80% da população é composta por máquinas. Seu trabalho é entregar pacotes para os seres humanos espalhados por todo o universo.

Apesar de ter escrito esse longa na década de 90 Sono apenas conseguiu lançá-lo em 2015 muito provavelmente pela temática e construção que ele imaginou para o filme. Pois em The Whispering Star ele deixa de lado seu viés excêntrico e caótico para reforçar a sua poesia. Uma ficção científica totalmente contemplativa com poucos diálogos e ação, mas uma construção de personagem perfeita nos fazendo refletir sobre nossa existência e nosso papel nesse mundo prestes a entrar em colapso. Ouso dizer que The Whispering Star figura entre os grandes filmes de ficção científica e tem um desenvolvimento emocional e humano parecido com Solaris de Tarkovsky.

 

2 – Riaru onigokko

Estudantes do colegial, incluindo Mitsuko (Reina Triendl), Keiko (Mariko Shinoda) e Izumi (Erina Mano), tornam-se alvos de entidades sobrenaturais homicidas, dentre eles um porco e uma professora com uma metralhadora.

Misturando surrealismo com doses de nonsense, gore e poesia Sion Sono constrói um longa complexo e escancara a sexualização de colegiais japonesas. Talvez esse seja seu filme de mais difícil absorção, já que nada passando na tela pode ser levado a sério ao mesmo tempo deixa pistas para o que ele está querendo mostrar de verdade. É uma experiência única na vida de uma pessoa e com certeza o espectador será tão impactado que não terminará o filme exatamente como começou, é a obra prima de Sion Sono.

 

1 – The Virgin Psychics

Yoshiro (Shota Sometani) é um estudante colegial que sempre passou despercebido por todos, um anônimo, sua única alegria é admirar a distância a bela Sae que também estuda em sua escola. Mesmo que ela não o note, ele ainda tem esperanças de se tornar namorado dela. Um dia sem explicação alguma, Yoshiro percebe que adquiriu a capacidade de ler pensamentos das pessoas a sua volta. E assim como ele outros adolescentes começam a apresentar poderes dos mais variados. O que todos têm em comum? São virgens! E quando um grupo misterioso se aproveita destes poderes para praticar terrorismo erótico, Yoshiro encontra a chance de se destacar e se tornar um herói, e quem sabe assim, sair do anonimato e conquistar o amor da garota dos seus sonhos.

Por fim aqui está seu filme mais caótico e a sinopse fala por si só. Apenas Sion Sono conseguiria adaptar para live action uma história tão bizarra e ainda assim manter o espectador interessado até o final e dando boas gargalhadas. The Virgin Psychics é um daqueles filmes para se assistir com a galera e demonstra como Sono também consegue fazer filme “povão” e ainda manter sua identidade visual utilizando muitas cores e com um discurso sobre a representação feminina nos mangás japoneses. Espero que gostem desse diretor.

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